TERRITORIALIZAÇÃO DO AGRONEGÓCIO FLORESTAL: EXPANSÃO DA SILVICULTURA DE EUCALIPTO SOBRE A AGRICULTURA FAMILIAR NOS MUNICÍPIOS DE AÇAILÂNDIA E ITINGA DO MARANHÃO, MARANHÃO, BRASIL

Autores

  • Allison Bezerra Oliveira Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL http://orcid.org/0000-0003-0320-5661
  • Diego Armando de Sousa Paz Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL
  • José Sérgio de Jesus Salles Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL
  • Paulo Ricardo Schwingel Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
  • José Geraldo Pimentel Neto Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.28998/contegeo.7i15.14438

Palavras-chave:

Silvicultura de eucalipto; agricultura familiar; Itinga do Maranhão; Açailândia.

Resumo

O artigo tem por objetivo compreender as transformações decorrentes do processo de expansão da silvicultura de eucalipto sobre territórios de agricultura familiar nos municípios de Itinga do Maranhão e Açailândia. Assim, discute o processo de inserção e avanço dessa monocultura no estado e as consequentes mudanças provocadas no território. Metodologicamente, a pesquisa foi estruturada em dois momentos, sendo o primeiro relativo à fundamentação teórica e busca por dados secundários para sistematização de gráficos, mapas e quadros, o segundo momento compreendeu o trabalho de campo, no qual foram visitadas fazendas de eucalipto, comunidades locais, assentamentos e pequenos produtores rurais, coletando dados por meio de acervo fotográfico, entrevistas com produtores rurais vizinhos das fazendas de eucalipto e localização das fazendas, via GPS, para produção cartográfica. Os resultados da pesquisa indicam que o avanço da fronteira agrícola de eucalipto está transformando sobretudo os territórios de agricultura familiar, diminuindo a diversidade produtiva e impactando nas relações sociais e de trabalho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Allison Bezerra Oliveira, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL

Possui graduação em Geografia pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA (2007), Especialização em Planejamento e Gestão Ambiental pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA (2007), Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2010), e Doutorado em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE (2014). Foi professor do curso em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Pernambuco - IFPE (2009-2015). Foi professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia - UFOB (2014-2015), foi professor da Universidade Estadual do Maranhão (2015-2016), foi professor da Faculdade Pitágoras/Kroton (2016-2017), foi Coordenador de Projetos e Pesquisas Especiais na Pró Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação - PROPGI/UEMASUL (2017-2018). É Professor Adjunto do curso de geografia da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL. É líder do Grupo de Pesquisas Socioeconômicas do Maranhão - GPS. É revisor de revistas científicas e consultor ad hoc da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão - FAPEMA. Como geógrafo atua na área de Geografia Econômica.

Diego Armando de Sousa Paz, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL

Graduado em Geografia e Economia. Mestrando em Geografia pela Universidade Estadual do Maranhão - UEMA.

José Sérgio de Jesus Salles, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão - UEMASUL

Professor Assistente na Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão. Doutorando em Ciência e Tecnologia Ambiental na Universidade Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI.

Paulo Ricardo Schwingel, Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Professor Adjunto na Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI.

José Geraldo Pimentel Neto, Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão

UEMASUL

Referências

BECKER, K. B. Amazônia. 5. ed. São Paulo: Editora Ática, 1990.

BOLFE, E. L. et al. Matopiba em crescimento agrícola Aspectos territoriais e socioeconômicos. Revista de Política Agrícola, Brasília, v. 25, n. 4, p. 38-62, out./dez. 2016.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Agricultura Familiar. Brasília, 4 de maio de 2020. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/agricultura-familiar/agricultura-familiar-1. Acesso em: 29 set. 2022.

BURNETT, F. L. Transformações produtivas, permanências socioeconômicas, embaraços políticos: desafios do planejamento territorial no Maranhão atual. Revista Política e Planejamento Regional, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 177-188, jul./dez. 2014.

COELHO, D. C.; FABRINI, J. E. Produção de subsistência e autoconsumo no contexto de expansão do agronegócio. Revista NERA, Presidente Prudente, v. 17, n. 25, p. 71-87, jul./dez. 2014.

FELÍCIO, M. J. A conflitualidade dos paradigmas da questão agrária e do capitalismo agrário a partir dos conceitos de agricultor familiar e de camponês. Campo-Território, Uberlândia, v. 1, n. 2, p. 14-30, ago. 2006.

GOTTMANN, J. A evolução do conceito de território. Boletim Campineiro de Geografia, Campinas, v. 2, n. 3, p. 523-545, 2012.

HAESBAERT, R. Da desterritorialização à multiterritorialidade. In: ENCONTRO DE GEÓGRAFOS DA AMÉRICA LATINA, 10., 2005, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2005.

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES (IBÁ). Relatório Ibá 2015. São Paulo: IBÁ, 2015. Disponível em: http://iba.org/images/shared/iba_2015.pdf. Acesso em: 4 set. 2022.

INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES (IBÁ). Relatório Ibá 2019. São Paulo: IBÁ, 2019. Disponível em: https://iba.org/datafiles/publicacoes/relatorios/iba-relatorioanual2019.pdf/. Acesso em: 01 set. 2022.

IBGE. Produção extrativista e da silvicultura no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2019a. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/. Acesso em: 30 out. 2022.

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Censo agropecuário. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Disponível em: Acesso em: https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/censo-agropecuario/censo-agropecuario-2017. Disponível em: 30 out. 2022.

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Levantamento sistemático da produção agrícola 2008/2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2019b. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/. Acesso em: 30 out. 2022.

LIMA, F. L.; SILVA, E. G. A.; IWATA, B. F. Agriculturas e agricultura familiar no Brasil: uma revisão de literatura. Revista Retratos de Assentamentos, Araraquara, v. 22, n. 1, p. 50-68, fev./jul. 2019.

NASCIMENTO, C. P.; BASTOS, A. P. V. O papel da fronteira no processo de construção socio-espacial da Amazônia. Revista de Estudos Sociais, Cuiabá, v. 18, n. 36, p. 3-26, 2016.

OLIVEIRA, A. B. Indústria de celulose e o avanço da silvicultura do eucalipto na fronteira agrícola da Amazônia maranhense. Revista Geosul, Florianópolis, v. 34, n. 71, p. 301-327, abr. 2019. Dossiê Agronegócios no Brasil.

OLIVEIRA, A. B.; PAZ, D. A. S.; SILVEIRA, K. C. Expansão da silvicultura do eucalipto e transformações no uso da terra em municípios do oeste maranhense. Revista InterEspaço, Grajaú, MA, v. 6, p. 01-24, 2020.

PASQUALOTTO, N.; KAUFMANN, M. P.; WIZNIEWSKY, J. G. Agricultura familiar e desenvolvimento rural sustentável. 1. ed. Santa Maria, UFSM, NTE, 2019. Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/358/2019/09/MD_Agricultura-_Familiar.pdf. Acesso em 21 de set. de 2022.

PEREIRA, C. N.; CASTRO, C. N.; PORCIONATO, G. L. Expansão da agricultura no MATOPIBA e impactos na infraestrutura regional. Revista de Economia Agrícola, São Paulo, v. 65, n. 1, p. 15-33, jan./jun. 2018.

PRADO JUNIOR, C. História econômica do Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1970.

SALOMON, M. M. R. Quem disputa o MATOPIBA? Interesses e sustentabilidade na fronteira agrícola. 2020. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) – Universidade de Brasília, Brasília, 2020.

SANTOS, C. C. M. MATOPIBA: uma nova fronteira agrícola ou um reordenamento geográfico do agronegócio e dos espaços produtivos de “cerrados”? Cadernos do CEAS, Salvador/Recife, n. 245, p. 570-600, set./dez. 2018.

SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 9. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006.

SICSÚ, A. B.; LIMA, J. P. R. Fronteiras agrícolas no Brasil: a lógica de sua ocupação recente. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 10, n. 1, p.109-138, jul. 2000.

SUZANO PAPEL E CELULOSE. Relatório da avaliação fase 2 para certificação de manejo florestal e cadeia de custódia desde a floresta até a saída do produto da empresa. Imperatriz, 2018. Disponível em < https://www.sysflor.com.br/wp-content/uploads/2019/05/CER-REL_Recert-Suzano-2018-270519_FIN_PUBLICO.pdf> acessado em 01 set. de 2022.

SUZANO PAPEL E CELULOSE. Processo de arrendamento das fazendas de eucalipto. [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por < suzanoresponde@suzano.com.br > em, 30 de out. de 2022.

VIANA, M. B. O EUCALIPTO E OS EFEITOS AMBIENTAIS DO SEU PLANTIO EM ESCALA. Câmara dos Deputados, Brasília – DF, 2004.

VIEIRA FILHO, J. E. R. Expansão da fronteira agrícola no Brasil: desafios e perspectivas. Brasília: Rio de Janeiro: Ipea, 2016.

Downloads

Publicado

2023-01-13

Como Citar

Oliveira, A. B., de Sousa Paz, D. A., de Jesus Salles, J. S., Schwingel, P. R., & Pimentel Neto, J. G. (2023). TERRITORIALIZAÇÃO DO AGRONEGÓCIO FLORESTAL: EXPANSÃO DA SILVICULTURA DE EUCALIPTO SOBRE A AGRICULTURA FAMILIAR NOS MUNICÍPIOS DE AÇAILÂNDIA E ITINGA DO MARANHÃO, MARANHÃO, BRASIL. Revista Contexto Geográfico, 7(15), 15–30. https://doi.org/10.28998/contegeo.7i15.14438