YVES LACOSTE E A QUESTÃO DO MÉTODO INSPIRAÇÃO TRICARTIANA E POSIÇÃO CRÍTICA FACE À ABORDAGEM DA ESCOLA FRANCESA DE GEOGRAFIA

Resumo

Objetiva discutir o método do geógrafo franco-marroquino Yves Lacoste a partir do livro intitulado Unité et diversité du tiers monde (1980), originalmente sua thèse d’État defendida em 1979. Para atingir tal objetivo, restringe-se à discussão do primeiro tomo de sua referida thèse – particularmente a segunda parte, eminentemente metodológica – intitulada Os diferentes níveis da análise da diversidade. Em termos de método, a investigação toma como base – além da própria obra em tela – as memórias do geógrafo em foco (LACOSTE, 2018); as observações realizadas por Bernard Kayser (1981); e as lições de Jean Tricart (1965). É oportuno destacar que tanto Tricart quanto Kayser fazem parte das afinidades eletivas (SOUSA NETO, 2021) de Lacoste. Tais afinidades [de classe] foram eleitas subjetivamente pelo geógrafo em tela. Em 1946, ele conheceu Kayser no Institut de Géographie – onde também foi aluno de Tricart. A princípio, um dos principais resultados que a pesquisa permitiu apontar é que o método lacosteano tem, como uma das suas fontes de inspiração, os ensinamentos de Tricart publicados em seu livro Principes et méthodes de la géomorphologie (1965) bem como desvela uma posição face à démarche da Escola Francesa de Geografia.