PRODUÇÃO CAMPONESA NA AMAZÔNIA E METROPOLIZAÇÃO: LUTAS, RESISTÊNCIAS E AUTONOMIA DAS COMUNIDADES EM IRANDUBA-AMAZONAS
DOI:
https://doi.org/10.28998/contegeo.9i.20.17466Palavras-chave:
Produção Camponesa, Amazônia, Conflitos Territoriais, Metropolização Regional Periférica, Iranduba-AmazonasResumo
Este trabalho buscou compreender a questão agrária em área de assentamento no município de Iranduba, estado do Amazonas, considerando a poliprodução e a diversidade da produção econômica da agricultura camponesa, enquanto estratégia de luta e resistência frente a expansão das relações capitalistas de produção, indutora de conflitos agrários e territoriais. Perpassa-se pelo processo de metropolização do espaço que alcança esse território e evoca conteúdos, códigos e valores hegemônicos de escala global como um processo de ação das relações capitalistas de produção. O município de Iranduba é o recorte espacial analítico, em que se aponta características da produção e das relações socioespaciais na comunidade, influenciadas pela proximidade com a metrópole Manaus, posicionando o processo de metropolização que transforma paisagens, ações e práticas, numa imbricada trama em que as resistências se expressam através das reprodução da vida. O método de análise foi o materialismo dialético para a compreensão dos conflitos agrários e territoriais destacando as formas e estratégias de resistências a partir da produção econômica da agricultura camponesa, bem como as dinâmicas agrárias e territoriais a partir da territorialização da produção do campesinato e do modo de vida simbólico-identitário das festas/festividades, religiosidade e sociabilidades.
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