DEVOÇÃO E EXPRESSÃO CULTURAL DE UM LUGAR: A FESTA DE SANTA MARIA MADALENA EM UNIÃO DOS PALMARES – ALAGOAS
DOI:
https://doi.org/10.28998/contegeo.4i7.8723Palavras-chave:
Lugar, Festa, União dos Palmares.Resumo
O artigo busca apreender e analisar a devoção a Santa Maria Madalena e a realização da sua festa, como uma importante expressão cultural da cidade de União dos Palmares, no estado de Alagoas, à luz dos fundamentos teóricos da Geografia Cultural. Em sua dimensão espacial, a festa religiosa também apresenta um caráter simbólico do espaço que vai ser sustentado a partir da identidade territorial e das territorialidades no âmbito do sagrado. Na verdade, a sua análise passa pela própria dinâmica da organização do espaço, e nesse sentido, a existência de uma territorialidade dessa forma de manifestação cultural. Com efeito, ponto de vista cultural e identitário do povo palmarino, a devoção a Santa Maria Madalena e a realização da sua festa, possui um significado que só é acompanhado pela histórica figura de Zumbi e o Quilombo dos Palmares. Trata-se de uma das maiores e mais importantes celebrações religiosas do estado de Alagoas. Uma tradição que se aproxima de dois séculos de existência e continua a envolver e emocionar União dos Palmares e suas adjacências, entre janeiro e fevereiro, todos os anos, se constituindo numa marca do lugar.Downloads
Referências
ARRIBAS, C. Pode Bourdieu contribuir para os estudos em Ciências da Religião? Numen: Revista de Estudos e Pesquisa da Religião, Juiz de Fora, v. 15, n. 2, p. 483-513, jul./dez., 2012. BALANDIER, G. O Dédalo: para finalizar o século XX. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999. BONNEMAISON, J. Viagem em torno do território. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Org.). Geografia cultural: uma antologia. v. 1. Rio da Janeiro: Ed. UERJ, 2012, p. 279-303. BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2007. ______. O poder simbólico. Tradução de Fernando Tomaz. 2. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. ______. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. Tradução de Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese das informações: população residente. 2010. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/comparamun/compara.php?lang=&coduf=27&idtema=16&codv=v08&search=alagoas|uniao-dos-palmares|sintese-das-informacoes-. Acesso em: 26/04/2107.
BUTTIMER, A. Hogar, Campo de Movimiento y sentido del Lugar. In: TEORIA Y MÉTODO EN LA GEOGRAFIA ANGLOSAJONA. Maria Dolores Garcia Ramón (org.), Barcelona, Ariel, 1985, p. 227-241.
______. Aprendendo o dinamismo do mundo vivido. In: CHRISTOFOLLETI, Antônio. Perspectiva da Geografia. São Paulo: Difel, 1982. CÁSSIA, O. de. Procissão do mastro: fé e religiosidade. Tribuna Hoje, Maceió, 13 jan. 2017. Disponível em: ‹www.tribunahoje.com/blog/1448/.../2017/.../procissao-do-mastro-fe-e-religiosidade.h...›. Acesso em: 25 abr. 2017. CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999. CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. Geografia cultural: introduzindo a temática, os textos e uma agenda. In. ______.; ______. (Organizadores). Introdução à geografia cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. p. 9-18.
CORRÊA, R. L. Espaço: um conceito-chave da Geografia. In: CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CORRÊA, Roberto Lobato. (Org.). Geografia: conceitos e temas. 8. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006. p. 15-47. DEFFONTAINES, P. Como se constituiu no Brasil a rede das cidades. Bulletin de la Societé de Géographie de Lile. Ano 59. Tomo 82. n. 9, p. 299-308, dez., 1938.
DEL PRIORE, M. Festas e Utopias no Brasil Colonial. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994.
FRÉMONT, A. A Região, Espaço Vivido. Coimbra: Almadina, 1980.
LE BOSSÉ, M. As questões de identidade em geografia cultural – algumas concepções contemporâneas. In: : ______.CORRÊA, R. L. (Org.). Geografia cultural: uma antologia. v. 2. Rio da Janeiro: Ed. UERJ, 2013, p. 221-232.
LIMA, J. de. “Minhas memórias”. Obra Completa Volume 1. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1958. MAIA, C. E. S.. Ensaio interpretativo da dimensão espacial das festas populares: proposições sobre festas brasileiras. In: ROSENDAHL, Z. e CORRÊA, R. L. Manifestações da cultura no espaço. Rio de Janeiro. EdUERJ. 1999. MELLO, J. B. F. 1990. Geografia Humanística: a perspectiva da experiência vivida e uma crítica radical ao positivismo. R. Bras. Geog., v. 52, n. 4, p. 91-115, 1990.
RELPH, E. C. As bases fenomenológicas da geografia. Geografia, n. 4, v. 7, p. 1-25, 1979. ______. Place and Placelessness. London, Pion. 1976.
ROSENDAHL, Z. Espaço, Cultura e Religião: dimensões de análise. In. CORRÊA, R. L.; ______. (Orgs.). Introdução à geografia cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. p.187-224.
______. Território e territorialidade: uma proposta geográfica para o estudo da religião. In: ______.;CORRÊA, R. L. (Org.). Geografia cultural: uma antologia. v. 2. Rio da Janeiro: Ed. UERJ, 2013, p. 169-187.
______. “A dimensão do lugar sagrado: ratificando o domínio da emoção e do sentimento do ser-no-mundo”. Geo- Working papers, NIGP, Minho, 2008. p. 1-17.
______. Porto das Caixas: espaço sagrado da Baixada Fluminense. 1994. 250 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.
TUAN, Y. F. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio
ambiente. Londrina: EDUEL, 2012.
______. Place: an experiential perspective. Geographical Review. v. 65, n. 2, p. 151-165, Apr, 1975.
______. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. São Paulo: Difel, 1983
