HOMENS E ADOECIMENTOS CRÔNICOS
(RE)PENSANDO AS PRÁTICAS EM SAÚDE
Resumo
A população masculina é considerada a mais vulneráveis às doenças, sobretudo às enfermidades graves e crônicas, morrem mais precocemente em comparação com as mulheres, e acessam os serviços de saúde tardiamente, a construção social da masculinidade exerce forte influência na busca por assistência à saúde. Para analisar tal contexto utilizamos o conceito de “vulnerabilidade em saúde”, dessa forma é possível identificar desde suscetibilidades orgânicas à forma de estruturação de programas de saúde, englobando aspectos comportamentais, culturais, econômicos e políticos, mostrando-se como potente ferramenta para auxiliar a repensar práticas de prevenção e promoção de saúde para essa população específica. A presente pesquisa trata-se de um relato de experiência, ocorrida na Unidade de Clínica Médica de um hospital universitário do Nordeste no período de agosto de 2019 a fevereiro de 2020. A partir de tal experiência foi possível identificar que se faz necessário refletir a saúde da população masculina de forma ampla, visto que, tão fundamental quanto conhecer as causas e determinantes sociais da saúde, é identificar e analisar os sentimentos e reações manifestadas pelos usuários ao se defrontar e vivenciar o adoecimento, assim como apreender quais estratégias de enfrentamento estes desenvolvem para responder às demandas impostas pelo adoecimento.
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Referências
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