ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA COLONIZAÇÃO DE PREMATUROS POR CANDIDA
Resumo
Introdução: Recém-nascidos hospitalizados em UTINs estão sendo mais acometidos por infecções fúngicas, sendo a Candida albicans a espécie que mais se destaca. Diante disso, este trabalho tem como objetivo descrever os aspectos epidemiológicos de prematuros hospitalizados em UTIN colonizados por espécies de Candida. Método: Trata-se de um estudo prospectivo, realizado a partir do monitoramento da microbiota oral e retal de prematuros com peso menor a 1500 gramas, admitidos na UTIN entre dezembro de 2019 a fevereiro de 2020. As coletas foram realizadas nas primeiras 12, 48 e 96 horas de vida. A partir de então, uma vez por semana, até que o neonato recebesse alta ou evoluísse para óbito. Resultados e Discussão: A amostra foi composta por 19 prematuros com peso médio de 1.112 gramas, idade gestacional média de 30,2 semanas, sendo 7 (36,8%) nascidos por parto vaginal e 12 (63,2%) por parto cesáreo. Destes, 6 (31,6%) apresentara-se colonizados. Foi observado que 1 prematuro (16,6%) que tinha sua microbiota colonizada, passou por um intervalo de tempo descolonizado, coincidindo com o período submetido à fototerapia e antifúngico; cinco bebês (83,3%) passaram por pelo menos dois esquemas de rodízio; 2 (33,3%) utilizaram fluconazol profilático em associação com os antibióticos e 1 recebeu micafungina associado ao quarto esquema de rodízio; 3 (50%) neonatos receberam fototerapia; 3 (50%) estavam sob VMI, 2 (33,3%) em cateterismo umbilical e 3 (50%) utilizando PICC. Dentre os principais fatores de risco para a candidíase têm-se o uso de antibióticos de amplo espectro e submissão a procedimentos invasivos por longos períodos. Conclusão: Os principais fatores de risco relacionados à colonização foram o uso prolongado de antimicrobianos, tempo prolongado de internação e submissão a procedimentos invasivos. Por outro lado, o uso de antifúngicos e realização de fototerapia parece ter interferido na colonização de um neonato.
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Referências
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