COMO ENCONTRAR O EQUILÍBRIO ENTRE A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA E O CUIDADO HUMANIZADO EM UMA UTI NEONATAL?
Palavras-chave:
Tecnologia; Humanização; Unidade de Terapia Intensiva NeonatalResumo
Com a criação das Unidades de Terapias Intensivas Neonatais houve a redução da morbimortalidade neonatal, sendo notáveis os avanços científicos e tecnológicos nesta área. Trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, do tipo descritiva, contextualizada com embasamento teórico para fundamentar o objetivo e a prática. Objetiva-se com esse estudo enfatizar a adoção de medidas preventivas que adequem
intuitivamente as condutas realizadas para a redução dos danos resultantes da ação tecnológica. Agregar na esfera educacional disciplinas do eixo de ética e humanismo no intuito de gerar amplas discussão entre os atores envolvidos é pressuposto importante para efetivar boas práticas, o desenvolvimento de atitudes e decisões assertivas e humanizadas por parte de estudantes e profissionais da assistência. O processo de cuidar não deve ser atrelado apenas aos aspectos técnicos, resumindo o cuidado a uma tarefa ou algum procedimento invasivo que determinará a complexidade do tratamento, pelo contrário, o cuidar envolve uma série de atitudes e comportamentos que englobam o conhecimento técnico-científico, aos saberes culturais, sociais e pessoais, buscando promover a manutenção da saúde diante da totalidade humana. A utilização da tecnologia como premissa do cuidado neonatal, requer uma adequação de sua utilização frente aos diversos benefícios dos aparatos tecnológicos, assegurando um cuidado individualizado, seguro e sobretudo humano e ético. Diante da inegável necessidade da utilização da tecnologia no cuidado neonatal para assegurar a sobrevida dos recém-nascidos, é prudente considerar os potenciais riscos e benefícios do seu uso, ponderando o limite entre ciência e tecnologia, desmistificando o que é humano e o que é artificial. Para que o resultado seja alcançado, a utilização da tecnologia deve ser racional e intencional, envolvendo raciocínio teórico/prático, conhecimentos especializados, planejamento eficiente e uso cuidadoso das ferramentas. Assim, o limite entre ciência e tecnologia deve ser assegurado para que as relações éticas e humanas sejam respeitadas, evitando o empoderamento da ciência e da técnica sobre o homem. Então, o que determina se a tecnologia é boa ou ruim, é a maneira como ela é utilizada pelo homem, tornando imprescindível a atualização e aperfeiçoamento dos profissionais de saúde com relação a essa temática, para que se promova reflexão e se repense condutas relacionada a novas maneiras de cuidar assegurando a humanização das tecnologias.
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