BRINQUEDO DE MENINA E DE MENINO: REFLEXÕES CRÍTICAS A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS EM UMA BRINQUEDOTECA HOSPITALAR
Palavras-chave:
Brincar. Gênero. Psicologia. Brinquedoteca. Saúde da Criança.Resumo
Os posicionamentos de gênero exercidos por homens e mulheres são socialmente construídos e compartilhados. Em concordância com isso, os brinquedos também são produtos e produtores do que é considerado masculino e feminino na sociedade. A partir de um relato de experiência de atividades lúdicas desenvolvidas em brinquedoteca hospitalar, este estudo tem como objetivo realizar uma reflexão crítica acerca de estratégias de esquivamento de associações diretivas entre brinquedos e gênero no espaço da brinquedoteca, bem como contemplar de que forma essas estratégias incidem em um espaço de brincadeira livre e promotor de saúde. Utiliza-se como referencial teórico a perspectiva Sócio-histórica de Vigotski, além de estudos relacionados à gênero, o brincar e os direitos da criança hospitalizada. Compreende-se que o brincar tem um papel importante para o desenvolvimento e aprendizado durante a infância, além de ser fonte de prazer, de modo que, as limitações impostas por amarras de gênero podem restringir o universo lúdico da criança, sua liberdade de expressão, sua capacidade criativa e as possibilidades de compreensão do mundo. Por fim, destaca-se como principais resultados da prática na brinquedoteca a promoção de um espaço de brincar dentro do hospital no qual a criança possa exercer sua autonomia e a construção de um espaço com o intuito de proporcionar uma atenção acolhedora, resolutiva e humana, evitando, no brincar, estereótipos gênero que são fontes de sofrimento psíquico e violência.