Etarismo e escola de samba
representação da velhice na Marquês de Sapucaí
Palavras-chave:
Carnaval, Velhice, Etarismo, RepresentaçãoResumo
Diante das adversidades provocadas pelo etarismo cada vez mais explícito na sociedade, principalmente após recente experiência da pandemia de Covid-19, a proposta desse artigo é discutir a representação da velhice em emblemáticos desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro. Ao se analisar representações de pessoas idosas em esculturas desses desfiles, compreendidos a partir dos anos 2000, o trabalho discute noções de identidade e memória. O embaralhamento de narrativas, novos recortes e o entendimento da importância do carnaval atravessam esse objeto, que nos fazem pensar sobre a identidade cultural como ligação do coletivo social, ou a criação do senso de pertencimento – o que nos leva a apresentar, entre os resultados, reflexão sobre impactos da velhice, segundo manifestações populares do carnaval carioca. Desse modo, conclui-se que forças culturais se mantêm em sua tônica máxima, a de se fazerem presentes como forma de pertencimento social e de organização de poderes.
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