Etarismo e escola de samba

representação da velhice na Marquês de Sapucaí

Autores

  • Valmir Moratelli PUC-Rio

Palavras-chave:

Carnaval, Velhice, Etarismo, Representação

Resumo

Diante das adversidades provocadas pelo etarismo cada vez mais explícito na sociedade, principalmente após recente experiência da pandemia de Covid-19, a proposta desse artigo é discutir a representação da velhice em emblemáticos desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro. Ao se analisar representações de pessoas idosas em esculturas desses desfiles, compreendidos a partir dos anos 2000, o trabalho discute noções de identidade e memória. O embaralhamento de narrativas, novos recortes e o entendimento da importância do carnaval atravessam esse objeto, que nos fazem pensar sobre a identidade cultural como ligação do coletivo social, ou a criação do senso de pertencimento – o que nos leva a apresentar, entre os resultados, reflexão sobre impactos da velhice, segundo manifestações populares do carnaval carioca. Desse modo, conclui-se que forças culturais se mantêm em sua tônica máxima, a de se fazerem presentes como forma de pertencimento social e de organização de poderes.

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Publicado

2025-10-21

Como Citar

MORATELLI, Valmir. Etarismo e escola de samba: representação da velhice na Marquês de Sapucaí. Latitude, Maceió-AL, Brasil, p. 01–25, 2025. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/latitude/article/view/17122. Acesso em: 14 nov. 2025.

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