A ÚLTIMA ONDA: IDENTIDADE NEOPENTECOSTAL E SEU CARÁTER HISTÓRICO

Auteurs-es

  • Pedro André de Sousa Peixoto Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Résumé

O neopentecostalismo está inserido na esfera do pentecostalismo, que é classicamente dividido em três ondas ou períodos e, na esfera maior do protestantismo. Todavia, o neopentecostalismo possui particularidades que o fazem tanto se assemelhar, o que chamamos de proximidades identitárias, como se diferenciar, o que chamamos de distanciamentos identitários, diante do pentecostalismo e do protestantismo respectivamente. Outrossim, objetivamos contribuir com a caracterização e enquadramento do neopentecostalismo, diante das semelhanças e diferenças em relação às esferas em que está inserido. Para tanto, concebemos o neopentecostalismo enquanto fenômeno social imbricado de historicidade, mantendo e modificando seus atributos. Conjuntamente, nos valemos do conceito de identidade relacional conforme defendido por Barth (2005) e Cuche (1999), reputando-a por mutável de acordo com demandas das relações sociais. Dessa forma, analisamos atributos identitários do neopentecostalismo apresentados pelas Ciências sociais especializadas no campo religioso e, pela teologia do protestantismo histórico, que apontam características como misticismo e anti-intelectualismo, o que se aproxima do pentecostalismo e, descrença na suficiência da bíblia e foco na satisfação terrena, o que se distancia do protestantismo. Destarte, o neopentecostalismo é visto como ápice de um movimento histórico, tanto como última onda do pentecostalismo, como de máximo distanciamento identitário diante do protestantismo.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

BARTH, Fredrik. Etnicidade e o conceito de cultura. Tradução de Paulo Gabriel Hilo da Rocha Pinto. In: Antropolítica, Niterói, p. 15-30, 2005.

BERKHOF, Louis. A História das Doutrinas Cristãs. Tradução de João Marques Bentes e Gordon Chown. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionada PES, 1992.

BERGER, Peter; ZIJDERVELD, Anton. Os muitos deuses da modernidade. In: Em favor da dúvida: como ter convicções sem se tornar fanático. Tradução de Cristina Yamagami. Rio de Janeiro: Elvevier, 2012.

BOURDIEU, Pierre. Gênese e Estrutura do Campo Religioso in: A Economia das Trocas Simbólicas. 1ª reimpr. da 6ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2007.

BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a História. Tradução de Jacó Ginsburg e Tereza Cristina Silveira da Mota. 2ª reimpr. da 1ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2013.

CAMPOS, Leonildo. As Origens Norte-americanas do Pentecostalismo Brasileiro: Observações sobre uma relação ainda pouco avaliada. In: REVISTA USP, São Paulo, n.67, p. 100-115, setembro/novembro 2005.

CORREA, Marina. Pentecostalismo e transformações na sociedade brasileira: Rupturas pessoais; rupturas sociais. s/d. 48 slides.

CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Tradução de Viviane Ribeiro. 1ª. Ed. Bauru: EDUSC, 1999.

DANIEL, Silas. Em defesa do Arminianismo: Uma análise sobre a recente ascensão do Calvinismo no Brasil e uma exposição do que ensina, de fato, o Arminianismo. In: Revista Obreiro, nº 68, 2015. Disponível em:

<http://www.editoracpad.com.br/hotsites/obrasdearminio/>. Acesso em: 20 jun. 2020.

DEYOUNG, Kevin. A santificação é Monergística ou Sinergista? Uma análise reformada. Tradução: Henderson Fonteneles. Disponível em: <https://www.thegospelcoalition.org/blogs/kevin-deyoung/is-sanctification-monergistic-or-synergistic-a-reformed-survey/>. Acessado em 22/02/2018.

ERICKSON, Millard. Introdução à Teologia sistemática. Tradução de Lucy Yamakami. São Paulo: Vida Nova, 1997.

FERREIRA, Franklin; MYATT, Alan. Teologia Sistemática: uma análise histórica, bíblica e apologética para o contexto atual. São Paulo: Vida Nova, 2007.

GALLISSOT, René. “Sous l´identité, le procès d´identification”. In: L´Homme et la Société, p. 12-27, 1987.

HOBSBAWM, Eric. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. Tradução de Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

LEONARDO, Deive. Importante. Disponível em: <https://you.be/sk0i09fYKSM>. Acessado em: 16/10/2019.

MACARTHUR JR. John. O Caos Carismático. Tradução de Rogério Portella. São José dos Campos: Editora Fiel, 2011.

MARIANO, Ricardo. Os Neopentecostais e a Teologia da Prosperidade. In: Novo Estudos CEBRAP, Nº 44, p. 24-44, mar. 1996.

_________________. O futuro não será protestante. In: Ciencias Sociales y Religión/Ciências Sociais e Religião, Porto Alegre, ano 1, n. 1, p. 89-114, set. 1999.

MATOS, Alderi. O movimento pentecostal: reflexões a propósito do seu primeiro centenário. In: Fides Reformata. Vol. XI, Nº 2, p. 23-50, 2006.

MENDONÇA, Antonio. O protestantismo no Brasil e suas encruzilhadas. In: Revista USP, São Paulo, n.67, p. 48-67, setembro/novembro 2005.

___________________. O Celeste Porvir. A Inserção do Protestantismo no Brasil. 3ª. Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

MORAES, Gerson. Neopentecostalismo - um conceito obstáculo na compreensão do subcampo religioso pentecostal brasileiro. In: Revista de Estudos da Religião, São Paulo, p. 1-19, junho 2010.

PASSOS, João. Teogonias Urbanas: O re-nascimento dos velhos deuses. Uma abordagem sobre a representação religiosa pentecostal. Tese (doutorado em Ciências Sociais). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP, São Paulo, 2001.

_____________. Teogonias Urbanas: os pentecostais na passagem do rural ao urbano. In: São Paulo em Perspectiva, volume 14, nº 4, p. 120 – 128, Outubro/Dezembro 2000.

PEIXOTO, Pedro. Ventos antigos sopram no Brasil recente: a expansão do Novo Calvinismo entre evangélicos brasileiros por meio da Internet (2008-2017). Monografia (graduação em História). Universidade Federal de Alagoas, UFAL, 2018.

______________. Quem eles pensam que são? Identidade calvinista no Brasil contemporâneo. In: Temporalidades – Revista de História, ed. 32, vol. 12, n. 1 (Jan./Abr. 2020).

SANCHIS, Pierre. As Religiões dos Brasileiros. In: Horizonte, volume 1, nº 2, p. 28 – 43, Belo Horizonte, 1997.

SILVA, Marlon. A teologia da Confissão Positiva e o American Way of Life no Brasil: uma leitura a partir do conceito de identidade em Stuart Hall. In: Temporalidades – Revista de História, ed. 33, vol. 12, n. 2 (Mai./Ago. 2020).

VARGENS, Renato. Reforma Agora: O antídoto para a confusão evangélica no Brasil. 1ª ed. São José dos Campos: Editora Fiel, 2013.

Téléchargements

Publié-e

2021-03-02