Quase-etnógrafa-etc.
DOI:
https://doi.org/10.28998/rm.2020.n.9.10455Palavras-chave:
Arte e antropologia, Reversibilidade, Encontro de Saberes, Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMGResumo
A proposta deste ensaio é refletir sobre práticas de aliança que se desdobram a partir do encontro com mestres e mestras integrantes da Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG; práticas que incluem conhecimentos não antropológicos, oriundos da área das Ciências Sociais ditas Aplicadas. Tais práticas de aliança, para se tornarem possíveis, devem beneficiar-se da reflexão autocrítica feita dentro da disciplina antropológica acerca dos encontros com aqueles que costumávamos chamar de “outros”, por um lado, e podem, por outro, partilhar questões e desafios transversais às diversas disciplinas anfitriãs. A figura da “quase-etnógrafa-etc.” pretende dialogar, em contraponto, com a figura do “artista como etnógrafo” do texto de Hal Foster de 1995, por meio da reflexão sobre o papel de professora anfitriã e as reversibilidades, simetrias e colaborações implicadas. A reflexão será conduzida por meio de três episódios no âmbito da UFMG: uma pergunta equivocada; uma proposição bibliográfica; e uma proposição expográfica.
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