Trabalho, juventude e lazer no Funk de São Paulo

Autores

  • Marcos Roberto Mariano Pina Universidade Estadual de Campinas UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.28998/rm.2021.n.10.11857

Palavras-chave:

Juventude. Funk. Trabalho. Ostentação. Lazer.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo principal discutir as relações de trabalho no Funk de São Paulo, tomando como base as trajetórias de um MC e um DJ que atuam na Cidade Tiradentes. O ponto de partida da análise são as janelas de inserção profissional que foram inauguradas pelo Funk nos anos 2000, sobretudo, depois do advento da vertente Ostentação, quando se consolida como um alternativa de inclusão econômica e social promissora para uma parcela de jovens, homens em sua maioria, moradores de bairros periféricos. Discuto aqui alguns dos critérios centrais na construção do mercado do Funk de São Paulo, com ênfase nas estratégias mobilizadas pelos MCs e DJs para se tornarem “criadores de tendências” junto ao público por meio das plataformas digitais de comunicação. Esse recorte empírico nos permite problematizar os sentidos que são atribuídos ao trabalho como categoria de referência moral, considerando os espaços simbólicos tradicionalmente ocupados pelo Funk no imaginário social. Ao longo da pesquisa mantive contato com ambos os interlocutores-chave, acompanhei bailes de rua e apresentações em casas de espetáculo, por meio de observação direta realizada entre os anos de 2019 e 2020.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marcos Roberto Mariano Pina, Universidade Estadual de Campinas UNICAMP

Departamento de Ciências Sociais na Educação DECISE
Faculdade de Educação FE

Referências

ARBORIO, A; FOURNIER, P. L’observation directe. Paris: Armand Colin, 2015.

BECKER, H. Art worlds. Berkeley; Los Angeles; London: University of California Press, 2008.

BOLTANSKI, L; CHIAPELLO, E. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

BOURDIEU, P. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Editora Marco Zero, 1983.

ELIAS, N. Mozart: sociologia de um gênio. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1995.

FELTRAN, G. Sobre anjos e irmãos: cinquenta anos de expressão politica do "crime" numa tradição musical das periferias. São Paulo: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 56, pp. 43-72, 2013. HERSCHMANN, M. O funk e o hip-hop invadem a cena. UFRJ, Rio de Janeiro, 2005.

MATTOS, C. O funk proibido como política de integração marginal. In: Bertelli, Giordano; Feltran, Gabriel (Orgs.). Vozes à margem: periferias, estética e politica. São Carlos: EDUFSCar, 2017. MENGER, P. Portrait de l"artiste en travailleur. Paris: Éditions du Seuil, 2002.

MIZRAHI, M. O Rio de Janeiro é uma terra de homens vaidosos: mulheres, masculinidade e dinheiro junto ao funk carioca. Campinas: Cadernos Pagu, n. 52, e185215, Epub, 2018.

PEDRO, T. É o fluxo: “baile de favela” e funk em São Paulo. Campinas: Revista de Antropologia e Arte. n.7, v.2, p. 115 - 135, 2017.

PEREIRA, A. Funk Ostentação em São Paulo: imaginação, consumo e novas tecnologias da informação e da comunicação. São Paulo: Revista de Estudos Culturais 1, pp.1-18, 2014.

________. Os “rolezinhos” nos centros comerciais de São Paulo: juventude, medo e preconceito. Revista Latinoamericana de Ciencias Sociales, Niñez y Juventud, 14 (1), pp. 545-557, 2016. RANCIÈRE, J. O dissenso. In: NOVAES, Adauto (Org.). A crise da razão. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

TROTTA, F. O funk no brasil contemporâneo: uma música que incomoda. Latin American Research Review, Vol. 51, No. 4, p. 86-101, 2016.

SIMMEL, G. O dinheiro na cultura moderna. 2. ed. In: SOUZA, Jessé; OELZE, Berthold (Orgs). Simmel e a modernidade. Brasília: Editora UNB, 2005.

VIANNA, H. O mundo funk carioca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988.

VEBLEN, T. A teoria da classe ociosa: um estudo econômico das instituições. São Paulo: Pioneira Editora, 1965.

Downloads

Publicado

2021-11-10

Edição

Seção

Antropologia da Juventude