Musicalidade, movimento e território quilombola

Autores

  • Marcos Alan Costa Farias Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - Universidade Federal do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.28998/rm.2022.n.11.12535

Palavras-chave:

Musicalidade, Movimento, Corpo, Etnomusicologia, Antropologia da Dança

Resumo

O artigo aqui apresentado estabelece a reflexão sobre a relação entre musicalidade e movimento, entendendo como corpos que constroem e tocam instrumentos musicais gestualizam e se autodefinem enquanto quilombolas. Desta forma, apresentando como objeto de estudo o Grupo Cultural Encanto do Quilombo, busco refletir etnograficamente os quilombolas da comunidade Jauari, em Oriximiná - Pará, por meio do seu fazer musical e, consequentemente, da dança produzida por este ato. Registra-se que para além do fator musical, o grupo proporciona por meio de suas práticas uma relação através do uso do corpo tanto para fazer música quanto para fazer dança. Ademais, é, também, fazendo música e dança que eles se autodefinem quilombolas.

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Biografia do Autor

Marcos Alan Costa Farias, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - Universidade Federal do Amazonas

Doutorando em Antropologia Social no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas. Pesquisador do Projeto Nova Cartografia Social do Amazônia. Atua em pesquisas sobre quilombolas, Etnomusicologia e Antropologia da Dança.

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Publicado

2022-05-18

Edição

Seção

Antropologia do Gesto