Vamos ver quem é que acaba, o resto da empleitada: Arte Indígena entre os Potiguaras da aldeia Catu dos Eleotérios e Sagi-Trabanda.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/rm.2018.n.4.4219

Palavras-chave:

Arte, Povos Indígenas, Potiguaras, Catu dos Eleotérios, Sagi-Trabanda.

Resumo

Desde o final dos anos 1990, os grupos indígenas da etnia Potiguara localizados no estado do Rio Grande do Norte, têm afirmado publicamente sua identidade. O povo Potiguara pertence linguisticamente ao tronco tupi e há séculos habitam o litoral dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Como territórios dos Potiguaras do RN estão compreendidas as aldeias Catu dos Eleotérios e Sagi-Trabanda, a primeira está localizada nos municípios de Canguaretama e Goianinha, às margens do rio Catu; a segunda situa-se no município de Baía Formosa na divisa com o estado da Paraíba. Ambas, vivem processos de resistência e enfrentamentos, buscando visibilidade e o fortalecimento de suas identidades. Nesse contexto de resistência, o artesanato indígena aparece como uma forma representativa de suas culturas e adquire fundamental importância para as duas comunidades. Diante desse cenário, a pesquisa etnográfica buscou – a partir da valorização dos patrimônios étnicos dos grupos e reconhecendo a cultura como forma de resistência desses povos – contribuir com o processo de fortalecimentos de suas identidades, elegendo a produção artesanal/artística indígena como representação cultural a ser investigada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flávio Rodrigo Freire Ferreira, IFRN

Flávio Ferreira é Doutor em Ciências Sociais pela UNICAMP e Mestre em Antropologia Social pela UFRN. Desde o ano de 2012 é professor do IFRN onde coordena Observatório da Diversidade. É pesquisador do grupo Cultura, Identidade e Representações Simbólicas (Cirs/UFRN). Publicou livro sobre festa e religiosidade popular (A cidade em festa: nossa senhora do Ó, contando a sua história, 2012). Possui artigos publicados em livros e periódicos de ciências sociais e antropologia. Atualmente desenvolve pesquisas sobre os temas: gênero, cuidado e famílias; etnicidade entre povos indígenas e quilombolas. Contato: flaviorodrigoff@yahoo.com.br

Nilton Xavier Bezerra, IFRN

Antropologo

Referências

ABREU, Regina; CHAGAS, Mário. Memória e patrimônio – ensaios contemporâneos. Rio de Janeiro: UNI-RIO: FAPERJ: DP&A Editora, 2003.

ARRUTI, J. M. P. A; SIMONI, Alessandra. T.; BORGES, Virginia. Apresentação do dossiê Arte e Sociedade Indígena: diálogos sobre patrimônio e mercado. PROA: Revista de Antropologia e Arte, v. 5, p. 7-18, 2014.

CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para Entrar e Sair da Modernidade. Tradução Heloísa Pezza Cintrão, Ana Regina Lessa. 4ª. Ed. – São Paulo : Editora da Universidade de São Paulo, 2003. (Ensaios Latino americanos, 1).

CASCUDO, Luís da Câmara. História da Alimentação no Brasil. 3ª ed. São Paulo : Global, 2004.

CAVIGNAC, Julie Antoinette. A etnicidade encoberta: Índios e negros no Rio Grande do Norte. Mneme - Revisa de Humanidades, Caicó, v. 4, n. 8, 2003.

CAVIGNAC, Julie Antoinette. Caboclas brabas e tapuias amansados: uma história mal contada. Perigo iminente, v. 2, p. 57-63, 2012.

CHAVARRIA, Joaquim. La Cerámica. Traduçâo Rui Pires Cabral. Parramón Ediciones, A.A.,1992. Barcelona, Espanha.

Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa. 1ª. Edição, Rio de Janeiro : Editora Objetiva, 2001.

GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A retórica da perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, MinC/IPHAN, 1996.

INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 18, n. 37, p. 25-44, jan./jun. 2012.

LAGROU, E. Arte ou artefato? Agência e significado nas artes indígenas. IN: Proa –

Revista de Antropologia e Arte [on-line]. Ano 02, vol.01, n. 02, nov. 2010.

LIMA FILHO, Manuel Ferreira; SILVA, Telma Camargo da. A arte de saber fazer grafismo nas bonecas Karajá. Horiz. antropol. [online]. 2012, vol.18, n.38, pp.45-74. ISSN 0104-7183.

LIMA, Ricardo Gomes. Objetos: percursos e escritas culturais. São José dos Campos/SP : Centro de Estudos da Cultura Popular; Fundação Cassiano Ricardo, 2010.

______ O Povo do Candeal. 1ª. ed. Rio de Janeiro : Aeroplano, 2012.

MASCELANI, Ângela. O mundo da arte popular brasileira. Rio de Janeiro : Museu Casa do Pontal / Mauad Editora, 2002.

MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

______. L’Oeil et l’Esprit. Paris: Gallimard, 1964.

MILLER, Francisca de Souza. Nossos Ancestrais moravam ali. Clio Arqueológica, Pernambuco, v. 26, n. 2 p. 371-390, 2011. ISSN 01026003. Disponível em: <https://www.ufpe.br/clioarq/images/documentos/V26N2-2011/2011v26n2a7.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2017

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de. Entrando e saindo da “mistura”: os índios nos censos nacionais. IN: Ensaios em antropologia histórica. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999.

PEIRANO, Marisa. A favor da etnografia. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995. Textos escolhidos de arte e cultura populares – Vol. 1, no. 1 (nov. 2004). Rio de Janeiro: UERJ : Instituto de Artes.

PEREIRA, Maria Gorete Nunes. Potiguara de Sagi: da invisibilidade ao reconhecimento étnico. 2015. 207f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2015.

PRICE, Sally. Arte Primitiva em Centros Civilizados. Tradução: Inês Alfano. Revisão técnica: José Reginaldo Santos Gonçalves. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2000.

SENAC. DN. O pão na mesa brasileira. 2ª. Ed. /Arthur Bosisio Júnior (Coord.); Raul Giovanni da Motta Lody, Rio de Janeiro ; Ed. Senac Nacional, 2005.

SILVA, Cláudia Maria Moreira da. Em busca da realidade...: a experiência da etnicidade dos Eleotérios (Catu/RN). 2007. 281 f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2007.

SOLER, Juan; BARCELLOS, Lucival. Paraíba Potiguara. João Pessoa, Editora Universitária UFPB, 2012

VALLE, Carlos Guilherme Octaviano do. Compreendendo a dança do torém: Visões de folclore, ritual e tradição entre os Tremembé do Ceará. Revista Anthropológicas, ano 9, volume 16(2): 187-228 (2005).

VIEIRA, José Glebson. Amigos e competidores: política faccional e feitiçaria nos Potiguara da Paraíba. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2010, 365p. Tese de doutorado em Ciências Sociais (antropologia social).

VIDAL, Lux. Grafismo indígena: estudos de antropologia estética. São Paulo: FABESP, 1992.

Downloads

Publicado

2018-07-11

Edição

Seção

Etnologia Indígena: Interfaces e diálogos do conhecimento