Mulheres portadoras de trombofilia: entre narrativas da reprodução assistida mandatória e da tragédia relacionada aos anticoncepcionais hormonais.

Autores/as

  • Danielle Ribeiro de Moraes Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo Cruz.
  • Ana Paula Pereira da Gama Alves Ribeiro Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
  • Luis David Castiel Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo Cruz.

DOI:

https://doi.org/10.28998/rm.2019.n.6.6855

Palabras clave:

trombofilia, gênero, atenção à saúde, saúde

Resumen

Este trabalho sistematiza impressões sobre questões que rondam o diagnóstico e a vivência, em mulheres, de um conjunto de condições médicas denominadas de “trombofilias”. Fundamenta-se na experiência da primeira autora e em seus relatos de cunho autoetnográfico, na análise crítica da literatura acadêmica sobre a temática e em observações realizadas pelos autores, ao longo dos últimos 5 anos, de postagens em grupos de portadores de trombofilias, da rede Facebook, voltados ao apoio mútuo de seus componentes. Os resultados apresentados revelam mecanismos de medicalização e controle do corpo feminino desvelados pelas especificidades das portadoras dessas condições. Esses mecanismos estão relacionados à banalização do uso de contraceptivos de base hormonal e à baixa autonomia feminina quanto à escolha de métodos contraceptivos; além disso, revelam barreiras ao acesso a tecnologias de reprodução assistida e a manutenção do papel feminino de reprodução biológica, frente aos problemas de fertilidade relatados.

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Biografía del autor/a

Danielle Ribeiro de Moraes, Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo Cruz.

Médica e educadora, tecnologista em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz. É membro do Departamento de Endemias Samuel Pessoa, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/FIOCRUZ). Graduada pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), possui residência médica em Medicina Preventiva e Social pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Habilitação em Docência do Ensino Fundamental e Médio - Ciências Biológicas pela Universidade Cândido Mendes. Mestre e doutora em Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ. Realiza atividades de desenvolvimento tecnológico, pesquisa e ensino. Entre as últimas, destacam-se aquelas desenvolvidas no âmbito dos Programas de Pós-Graduação em Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ) e em Educação Profissional em Saúde (EPSJV/FIOCRUZ). Além disso, é docente do Curso Técnico em Agente Comunitário de Saúde (CTACS) da EPSJV/FIOCRUZ. Possui experiência em Saúde Coletiva e em Educação, em especial nas seguintes áreas: atenção, vigilância e gestão em saúde; educação em saúde; educação profissional; epidemiologia hospitalar. Nos últimos anos, vem se dedicando ao estudo das interfaces entre o campo da saúde e as ciências humanas e sociais, com destaque para o debate sobre prevenção, risco e saúde. Tem interesse em: estudos sociais de ciência e tecnologia; estudos de gênero; processos de medicalização da vida; análise do discurso médico.

Ana Paula Pereira da Gama Alves Ribeiro, Faculdade de Educação da Baixada Fluminense. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Professora Adjunta do Departamento de Formação de Professores e do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação (PPGECC) da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense / Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Cientista Social formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1999), com Mestrado em Ciências Sociais (UERJ, 2003) e Doutorado em Saúde Coletiva (IMS/UERJ, 2009). Realizou Estágio Pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - PPGCS (UFRRJ - Programa PNPD/CAPES, 2013-2015). Faz parte da coordenação colegiada do Museu Afro Digital Rio (UERJ), colabora com o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (UERJ) e é pesquisadora dos seguintes grupos: Grupo de Análises de Políticas e Poéticas Audiovisuais (GRAPPA/UERJ, líder); Museus Afro-Digitais, Relações Raciais e Artes Visuais (UERJ), do Núcleo de Pesquisa em Cultura, Identidade e Subjetividade - CULTIS (UFRRJ) e da Rede Todas as Artes, Todos os nomes (UFF). Membro do Comitê de Antropologia Visual da Associação Brasileira de Antropologia (CAV/ABA, 2017-2018). Edita, desde 2012, com Maria Alice Rezende Gonçalves a Coleção A Lei 10639/03 e a formação de educadores, publicada pela editora Outras Letras e hoje com 5 volumes. Faz parte das Elviras - Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema, do Comitê Consultivo do Centro Afro Carioca de Cinema Zózimo Bulbul e é associada da BRASA - Brazilian Studies Association, da LASA - Latin American Studies Association e da ABA - Associação Brasileira de Antropologia. Tem experiência nas áreas de Antropologia e Metodologia da Pesquisa e atua nos seguintes temas: Cinema, Cidade, Relações étnico-raciais e educação e Cultura afro-brasileira.

Luis David Castiel, Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos em Saúde. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo Cruz.

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil (1975), mestrado em Community Medicine pela University of London (1981), doutorado em Saúde Pública pelo Fundação Oswaldo Cruz (1993) e pós-doutorado pelo Depto. de Enfermeria Comunitaria, Salud Publica y Historia de la Ciencia da Universidade de Alicante, Espanha (2005). Atualmente é Pesquisador titular do Depto. de Epidemiología e Métodos Quantitativos em Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz. É professor permanente do Programa de Pós-graduação em Saúde Pública e do Programa de Pós-graduação de Epidemiologia em Saúde Pública, dentro da subárea A construção do conhecimento epidemiológico e sua aplicação às práticas de saúde. Experiência na área de Saúde Pública, atuando principalmente nos seguintes temas: Aspectos teóricos e conceituais das ciências da saúde, filosofia aplicada às ciências da saúde, estudos sociais de ciência e tecnologia em saúde pública/coletiva.

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Publicado

2019-12-12

Número

Sección

Interfaces Contemporâneas entre Saúde e Família