TESSITURAS ENUNCIATIVO-DISCURSIVAS SOBRE A CHUVA (NO SERTÃO): DA MORTE À VIDA, NO “INVERNO”, DE JORGE DE LIMA

Autores

  • Hugo Pedro Silva dos Santos Silva Santos Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão
  • JÉSSICA SANTOS CAVALCANTI Cavalcanti Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão
  • Thiago da Silva Lima Lima Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão
  • Simone Souza dos Santos Santos Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão

Palavras-chave:

Chuva, Sertão, Espaço, Literatura, Construção, Discurso,

Resumo

Vinculado ao pressuposto teórico da Linguística Aplicada, e a demanda interdisciplinar desta área epistemológica, este estudo tem por objetivo analisar enunciativo-discursivamente o poema “Inverno”, do alagoano Jorge de Lima (1893-1953), considerando a categoria “espaço” nessa obra literária, a confluência entre literatura e sociedade, assim como entendimentos de que a linguagem e as práticas discursivas constroem e constituem a realidade. Assim, problematizamos e procuramos identificar as formas pelas quais, nesse poema, o autor alagoano se filia à estrutura significativa/temática do que se denominou de “literatura das secas”. Desta forma, embasamo-nos em Bosi (2017), Albuquerque Júnior (2011, 2014, 2017 e 2019); Bakhtin ([1931] 2016), Medviédev ([1928] 2013), Moita Lopes (2004) e Santos Filho (2012). Ademais, após as análises, compreendemos que o termo “chuva” e a mudança espacial ocasionada, na obra, aparecem como sinônimo de vida para o povo sertanejo, e que a falta dela, assim como silenciada no texto, acarreta a não-vida, a morte. Desta forma, o poema está imerso em uma rede de tessituras, encadeadas discursivamente, acerca do que é construído historicamente sobre o sertão e o(a)s sertanejo(a)s, dentro da literatura das secas.

Palavras-chave: Chuva; Sertão; Espaço; Literatura; Discurso.

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Biografia do Autor

Hugo Pedro Silva dos Santos Silva Santos, Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão

Discente do Curso de Letras pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL, Campus do Sertão, Delmiro Gouveia -AL. Membro do Grupo de Estudos em Linguística Aplicada em Questões do Sertão Alagoano - GELASAL.

JÉSSICA SANTOS CAVALCANTI Cavalcanti, Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão

Discente do Curso de Letras pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL, Campus do Sertão, Delmiro Gouveia -AL. Membro do Grupo de Estudos em Linguística Aplicada em Questões do Sertão Alagoano - GELASAL.

Thiago da Silva Lima Lima, Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão

Discente do Curso de Letras pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL, Campus do Sertão, Delmiro Gouveia -AL. Membro do Grupo de Estudos em Linguística Aplicada em Questões do Sertão Alagoano - GELASAL.

Simone Souza dos Santos Santos, Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão

Discente do Curso de Letras pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL, Campus do Sertão, Delmiro Gouveia -AL. Membro do Grupo de Estudos em Linguística Aplicada em Questões do Sertão Alagoano - GELASAL.

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Publicado

2021-12-02