v. 3 n. 1 (2024): Em "Linguística Aplicada", reflexões sobre "gênero neutro" como polêmica – na formação em Letras-Língua Portuguesa (e outros aspectos sobre linguagem e gênero)

Nos textos, há uma reflexão sobre a guerra discursivo-cultural em torno da linguagem neutra, uma polêmica, que, tal como discute Maria Edja Dias de Souza, na seção “Opinião”, torna-se um objeto de estudos em Linguística Aplicada. Para problematizar essa polêmica, há discussões sobre noções de língua, sobre processos de teorização linguística, sobre indisciplinaridade e sobre a Língua Portuguesa. Eric Araújo Teixeira coloca em pauta um projeto de lei, da Alerj, de 2020, que objetivou proibir os usos da linguagem neutra em escolas do Rio de Janeiro. Rafael Gonçalves dá foco à defesa da gramática normativa que se faz no posicionamento contrário aos usos do gênero neutro. Ernando Nunes Cabral Filho apresenta-nos a possibilidade de diálogos com a “Antropologia da Linguagem”, com Èmile Benveniste, como formas outras de refletir sobre a linguagem neutra. Maria Elizabete do Nascimento Barboza fala de uma noção insurgente de língua e mobiliza discursos midiáticos, como em um meme, para problematizar as posições contrários aos usos do gênero neutro. Maria Alice Ribeiro Sousa e Elivelton Soares Maciel desmontam, morfologicamente falando, o posicionamento, em uma rede social, de uma professora de Língua Portuguesa contrária aos usos do “gênero neutro”. Por fim, Maria Alice Ribeiro Sousa, Josiane Alves dos Santos, Raísa Roberta dos Santos, Elivelton Soares Maciel, José Diógenes Alves Pereira e Kevin Dayson de Oliveira Silva apresentam uma proposta de intervenção em um livro didático de Língua Portuguesa, no conteúdo “fonema e letra”, na qual inserem uma problematização sobre “sotaque gay”.

               Façamos todes uma boa leitura!