OS CICLOS PRODUTIVOS DO CLUSTER NAVAL DE NITERÓI E SÃO GONÇALO: POLÍTICAS ESTATAIS E DESAFIOS PARA UMA PRODUÇÃO A LONGO PRAZO
DOI:
https://doi.org/10.28998/contegeo.5i9.10359Palabras clave:
Indústria naval, Petróleo offshore, Circuito espacial de produção, Localização industrialResumen
No contexto de uma produção global, o presente artigo tem como objetivo analisar o papel do cluster naval de Niterói e São Gonçalo no circuito espacial de produção de embarcações. A escolha dos municípios ocorre pela importância histórica do ramo naval na região da Baía de Guanabara. A metodologia consistiu em revisão bibliográfica; elaboração de mapas; e entrevistas com trabalhadores e instituições do setor. Os resultados apontam que: a localização em aglomerados é comum no ramo naval; o Estado, por meio de suas normas, é o principal impulsionador da produção de embarcações no Brasil; desde os anos 2000, a produção de navios serve como suporte para a produção de petróleo ore; existe dificuldade de manutenção do ramo a longo prazo, pois os estímulos estatais pecam no investimento em inovação; existe uma tendência atual de especialização do ramo no reparo de embarcações. Por fim, o estudo aponta a necessidade de fortalecimento das relações horizontais entre as instituições para que a indústria naval seja um efetivo vetor para o desenvolvimento territorial dos municípios.
Descargas
Citas
AMIN, A.; THRIFT, N. Living in the global. In: AMIN, A.; THRIFT, N. (eds) Globalization, Institutions and Regional Development in Europe. Londres: Oxford University Press, 1994.
ARROYO, M.M. Território, mercado e estado: uma convergência histórica. GEOgraphia. Niterói, ano 6, n. 12, 2004.
BARAT, J.; CAMPOS NETO, C. A. S.; PAULA, J. M. P. Visão Econômica da implantação da indústria naval no Brasil: aprendendo com os erros do passado. In: CAMPOS NETO, C. A. S.; POMPERMAYER, F, M (orgs.). Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil: 2000-2013. Brasília: Ipea, 2014.
BINSZTOK, J. A cidade do Rio de Janeiro e a cadeia produtiva de petróleo. In: MONIÉ, F; BINSZTOK, J. (orgs.). Geografia e geopolítica do petróleo. Rio de Janeiro: Muad X, 2012.
CAMPOS NETO, C. A. S. Investimentos e financiamentos na indústria naval brasileira 2000-2013. In: CAMPOS NETO, C. A. S.; POMPERMAYER, F, M (orgs.). Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil: 2000-2013. Brasília: Ipea, 2014.
CERQUEIRA JR., M. J. B. Possibilidades de fomento às firmas brasileiras de engenharia de projeto da indústria naval. In: CAMPOS NETO, C. A. S.; POMPERMAYER, F, M (orgs.). Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil: 2000-2013. Brasília: Ipea, 2014.
DUARTE, L. Concretude territorial e regulação híbrida: a política de conteúdo local no setor de exploração e produção de petróleo e gás. Anais do XI Encontro Nacional da ANPEGE, p.8554-8565, 2015.
EGLER, C. A. G.; MATTOS, M. M. C. L. Multinacionais do setor petrolífero, geoeconomia e integração regional na América do Sul. In: MONIÉ, F; BINSZTOK, J. (orgs.). Geografia e geopolítica do petróleo. Rio de Janeiro: Muad X, 2012.
FIRJAN. Panorama naval no Rio de Janeiro – 2016. Rio de Janeiro: FIRJAN, 2016.
GEORGE, P. Geografia Econômica. Rio de Janeiro: Fundo de cultura, 1973.
GOULARTI FILHO, A. A trajetória da Marinha Mercante Brasileira: administração, regime jurídico e planejamento. Pesquisa & Debate, São Paulo, v. 21, n. 2(38) p. 247-278, 2010
______. Empresas estatais e a consolidação da indústria de construção naval brasileira. H-industri@, Buenos Aires, n. 12, 2013.
KON, A. Economia Industrial. São Paulo: Nobel, 1994.
MOLLO, M. L. R.; FONSECA, P. C. D. Desenvolvimentismo e novo-desenvolvimentismo: raízes teóricas e precisões conceituais. Brazilian Journal of Political Economy – Revista de Economia Política, São Paulo, v. 33, n. 2, p.222-239, 2013.
MONIÉ, F. As cidades portuárias diante do imperativo de fluidez. Território, circulação e reestruturação das hinterlândias dos portos. In: ARROYO, M. M.; CRUZ, R. C. Território e Circulação: a dinâmica contraditória da globalização. São Paulo: Annablume, 2015.
MONIÉ F.; VIDAL S. M. S. C. Cidades, portos e cidades portuárias na era da integração produtiva. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v.40, n.6, p. 975-996, 2006.
MOURÃO, G. Na contramão da crise, receita da indústria naval de Niterói cresce 47% em um ano. O Globo, Rio de Janeiro, 25 ago. 2018.
OLIVEIRA, R. O. Ponta d’Areia: o berço da Construção Naval. São Paulo: Quiron, 2005.
PAULA, J. M. P. Perfil de capacitação e acesso às políticas de inovação das empresas de navipeças. In: CAMPOS NETO, C. A. S.; POMPERMAYER, F, M (orgs.). Ressurgimento da Indústria Naval no Brasil: 2000-2013. Brasília: Ipea, 2014.
PECQUEUR, B. O desenvolvimento territorial: uma nova abordagem dos processos de desenvolvimento para as economias do sul. Raízes. Campina Grande, v. 24, n. 1, 2005.
PESSANHA, R. M. A relação transescalar e multidimensional “Petróleo-Porto” como produtora de novas Territorialidades. Tese de doutorado (Doutorado em Políticas Públicas e Formação Humana), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
PIQUET, R. Petróleo e desenvolvimento regional no Brasil. In: MONIÉ, F; BINSZTOK, J. (orgs.). Geografia e geopolítica do petróleo. Rio de Janeiro: Muad X, 2012.
PORTER, M. E. Locations, Clusters and Company Strategy. In.: CLARCK, G.; FELDMAN, M. P.; GERTLER, M. The Oxford Handbook of Economic Geography. New York: Oxford University Press Inc., 2000.
SAMPAIO JR. P. A. Desenvolvimentismo e neodesenvolvimentismo: tragédia e farsa. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 112, p. 672-688, out./dez,2012.
SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 4. ed. 4. reimpr. São Paulo: Edusp, 2008.
______. Metamorfoses do Espaço Habitado: Fundamentos Teóricos e Metodológicos de Geografia. 6. ed. 1. reimpr. São Paulo: Edusp, 2012.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. 15. ed. Rio de Janeiro: Record, 2011.
SENTURK, O. U. The interaction between the ship repair, ship conversion and shipbuilding industries. OECD Journal: General papers, V.3, p.7-36, 2011.
SOUZA, M. L. Os Conceitos Fundamentais da Pesquisa Sócio-espacial. 1 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
SINAVAL. Mapa dos estaleiros do Brasil. Rio de Janeiro: Sinaval, 2016.
UNCTAD. Informe sobre el transporte marítimo. Nova Iorque: ONU 2015.
