ANÁLISE DOS CONDICIONAMENTOS ESTRUTURAIS DA REDE DE DRENAGEM DE SUB-BACIAS DO ALTO CURSO DO RIO PRETO USANDO ÍNDICES MORFOMÉTRICOS, REGIÃO OESTE DO ESTADO DA BAHIA
DOI:
https://doi.org/10.28998/contegeo.6i11.12513Palabras clave:
Índices Morfométricos, Neotectônica, Oeste da BahiaResumen
A morfogênese do relevo resulta de complexo emaranhado de relações e interações ocorrendo interna e externamente ao sistema geomorfológico, de modo que a compreensão da evolução das formas de relevo demanda o uso de diferentes abordagens analíticas. Nesta perspectiva, a região oeste da Bahia exibe relevos que registram a ação de complexos processos morfogenétricos ainda pobremente conhecidos e, deste modo, e suscitando a necessidade de estudos geomorfológicos sistematizados. Com base nisso, o presente trabalho se desenvolveu em sub-bacias que compõem o alto curso do Rio Preto, um importante afluente da margem esquerda do Rio Grande que aflui para o Rio São Francisco. Foram utilizadas análises morfométricas com o objetivo de identificar evidências de condicionamentos lito-estruturais da rede de drenagem, os quais seriam expressões geomorfológicas de estruturas geradas ao longo do Ciclo Brasiliano, além de aspectos concernentes à litologia. Foram aplicados os índices de compacidade, circularidade, densidade hidrográfica, SL-index e analisado os perfis longitudinais dos canais principais de cada sub-bacia. Os resultados mostraram evidências de forte controle estrutural da rede de drenagem, os quais estão associados ao mergulho regional do embasamento que sustenta o relevo cuestiforme conhecido como Serra Geral, possíveis reativações neotectônicas de falhas vinculadas à Faixa Móvel Rio Preto, além de evidência geomorfológicas de soerguimentos que teriam sido destacadas devido a intensificação dos processos erosivos induzidos por atividade neotectônica. Os resultados apesar de serem ainda incipientes, possibilitam insights para estudos futuros e fornecem as primeiras evidências geomorfológicas de atividades neotectônicas na bacia do Rio Preto.
Descargas
Citas
ANA - Agência Nacional das Águas. Hidroweb: Sistemas de informações hidrológicas. 2018, acessado em: 10 de junho de 2021. Disponível em: http://hidroweb.ana.gov.br. 2006.
ANDRADE FILHO, E. L.; NEVES, J. P.; GUIMARÃES, J. T. Programa levantamentos geológicos básicos do Brasil. Santa Rita de Cássia (Folha SC. 23-ZC) e Formosa do Rio Preto (Folha SC. 23-YD). Servic-o Geologico do Brasil, Brasılia, 1994.
BISHOP, P. Long‐term landscape evolution: linking tectonics and surface processes. Earth Surface Processes and Landforms, v. 32, n. 3, p. 329-365, 2007.
BOMFIM, L.F.C; GOMES, R.A.D. Aquífero Urucuia - Geometria e Espessura: Ideias Para Discussão, 2002, baseadas no Projeto de Levantamento Gravimétrico do Estado da Bahia - CPRM, 1980, p. 44-46.
BRUNSDEN, D.; THORNES, J. B. Landscape Sensitivity and Change. Transactions of the Institute of British Geographers, v. 4, p. 463–484, 1979.
BUCZEK, K.; GÓRNIK, M. Evaluation of tectonic activity using morphometric indices: case study of the Tatra Mts.(Western Carpathians, Poland). Environmental Earth Sciences, 79(8), 1-13, 2020.
CASTILLO, M.; MUÑOZ-SALINAS, E.; FERRARI, L. Response of a landscape to tectonics using channel steepness índices (ksn) and OSL: A case of study from the Jalisco Block, Western Mexico. Geomorphology, ed. 221, p. 204–214, 2014.
CAXITO, F. A.; UHLEIN, A.; MORALES, L.F.G.; EGYDIO-SILVA, M.; SANGLARD, J.C.D.; GONÇALVES-DIAS, T.; MENDES, M.C.O. Structural analysis of the Rio Preto fold belt (northwestern Bahia / southern Piauí), a doubly-vergent asymmetric fan developed during the Brasiliano Orogeny. Anais da Academia Brasileira de Ciências (Impresso), v. 86, p. 1101-1113, 2014.
CAXITO, F. A.; UHLEIN, A.; DANTAS, E. ; STEVENSON, R. ; EGYDIO-SILVA, M. ; SALGADO, Silas S. The Rio Preto and Riacho do Pontal Belts. In: HEILBRON, M.; CORDANI, U.G.; ALKMIM, F.F. São Francisco Craton, Eastern Brazil: Tectonic Genealogy of a Miniature Continent (Org.). Regional Geology Reviews. 1ed.: Springer International Publishing, 2017, v. , p. 221-239.
CHENG, K. Y.; HUNG, J. H.; CHANG, H. C.; TSAI, H.; SUNG, Q. C. Scale independence of basin hypsometry and steady state topography. Geomorphology, v. 171, p. 1-11, 2012.
CHRISTOFOLETTI, A. Análise morfométrica das bacias hidrográficas. Notícia Geomorfológica, Campinas 9 (18): 9-34, 1969.
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. Editora Edgar Blücher, São Paulo, 1980.
CPRM – Serviço Geológico do Brasil. Geodiversidade do Estado da Bahia – Programa Geológico do Brasil Levantamento da Geodiversidade. 2009, disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/Gestao-Territorial/Gestao-Territorial/Levantamento-da-Geodiversidade-5407.html
EGYDIO-SILVA, M. Sistema de dobramentos Rio Preto e suas relações com o Cráton do São Francisco. 1987. Tese (Doutorado em Geologia Geral e de Aplicação) - Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1987. doi:10.11606/T.44.1987.tde-11022014-150431. Acesso em: 2021-06-11.
EL HAMDOUNI, R.; IRIGARAY, C.; FERNÁNDEZ, T.; CHACÓN, J.; KELLER, E. A. Assessment of relative active tectonics, southwest border of the Sierra Nevada (southern Spain). Geomorphology, 96(1-2), 150-173, 2008.
FRYIRS, K. A. River sensitivity: a lost foundation concept in fluvial geomorphology. Earth, Surface, Processes and Landforms, v. 42, p. 55-70, 2017.
GOLDRICK, G.; BISHOP, P. Differentiating the roles of lithology and uplift in the steepening of bedrock river long profiles: an example from southeastern Australia. The Journal of Geology, 103(2), pp.227-231, 1995.
GOLDRICK, G.; BISHOP, P. Regional analysis of bedrock stream long profiles: evaluation of Hack's SL form, and formulation and assessment of an alternative the DS form. Earth Surface Processes and Landforms, v. 32, n. 5, p. 649-671, 2007.
HACK, J. T. Stream-profile analysis and stream gradient index. Journal of Research of the U.S. Geological Survey, v. 1, n. 4: 421–429. 1973.
HORTON, R.E. Erosional development of streams and their drainage basins: hydrophysical approach to quantitative morphology. Geological Society of America Bulletin. 56(3):275-370, 1945.
HUGGETT, R. Fundamentals of geomorphology. Routledge, 2ª ed., 483 p, 2016.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2019. Geociências (banco de dados). Disponível em: http://downloads.ibge.gov.br/downloads_geociencias.htm. Acessado em: 07/02/2021.
KIRBY, E.; WHIPPLE, K. X. Expression of active tectonics in erosional landscapes. Journal of Structural Geology, v. 44, p. 54-75, 2012.
LARUE, J. P. Tectonic influence on the Quaternary drainage evolution on the northwestern margin of the French Central Massif: the Cruese valley example. Geomorphology. 93, 398–420, 2008.
MONTEIRO, K. A.; MISSURA, R.; CORREA, A. C. B. Application of the Hack index–or stream length-gradient index (SL index)–to the Tracunhaém river watershed, Pernambuco, Brazil. Geociências, v. 29, n. 4, p. 533-539, 2010.
MONTEIRO, K. A; TAVARES, B. A. C.; CORREA, A.C.B. F., Aplicação do índice de Hack no rio Ipojuca para identificação de setores anômalos de drenagem e rupturas de relevo. Geociêcias USP, São Paulo, v. 33, n. 4, p.616-628, 2014.
NASA J.P.L. NASADEM Merged DEM Global 1 arc second V001 [Data set]. NASA EOSDIS Land Processes DAAC. 2020. Accessed 2021-06-11 from https://doi.org/10.5067/MEaSUREs/NASADEM/NASADEM_HGT.001
PENTEADO, M. M. Fundamentos de geomorfologia. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1980, 185p.
PEREZ FILHO, A. Análise estrutural da bacia hidrográfica do Rio São José dos Dourados. 1978. Dissertação de Mestrado em Geografia Física. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo.
PHILLIPS, J.D. Emergence and pseudo-equilibrium in geomorphology. Geomorphology, 132: 319-326. 2011.
PHILLIPS, J. D. Thresholds, mode switching, and emergent equilibrium in geomorphic systems. Earth Surface Processes and Landforms, v. 39, n. 1, p. 71-79, 2014.
PHILLIPS, J. D.; LUTZ, J. D. Profile convexities in bedrock and alluvial streams. Geomorphology, 102: 554-566. 2008.
SCHUMM, S. A. Evolution of drainage systems and slopes in badlands of Perth Amboy. Geological Society of America Bulletin, New York, v. 67, n. 5, p. 597-646, 1956.
SCHUMM, S. A. The fluvial system. Caldwell: The Blackburn Press, 1977
SOUZA, A. O.; PEREZ FILHO, A. Mudanças na dinâmica fluvial da bacia hidrográfica do ribeirão Araquá: eventos tectônicos e climáticos no Quaternário. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), v. 20, n. 3, p. 636-656, 2016.
SOUZA, A. O.; PEREZ FILHO, A. Processos, ambientes deposicionais e geocronologias das coberturas superficiais sobre aplainamentos neogênicos e terraços fluviais na bacia do Ribeirão Araquá, Depressão Periférica Paulista. Revista Brasileira de Geomorfologia, v. 19, n. 1, 2018.
SOUZA, A. O.; PEREZ FILHO, A.; LÄMMLE, L.; SOUZA, D. H. Holocene climate pulses and structural controls on the geomorphological estuarine evolution of the Iguape River, São Paulo, Brazil. Continental Shelf Research, v. 205, p. 104168, 2020.
STOCK, J.D; MONTGOMERY, D.R. Geologic constraints on bedrock river incision using the stream power law. J. Geophys. Res. Solid Earth, 104 (B3), 4983–4993, 1999.
STRAHLER, A.N. Quantitative analysis of watershed Geomorphology. New Halen: Transactions: American Geophysical Union, v.38. p. 913-920, 1957.
SUMMERFIELD, M. A. Global geomorphology. Routledge, 1992.
TRICART, J. Structural Geomorphology. Longman: London, 1974, 305 pp
TROIANI, F; DELLA SETA, M. The use of the Stream Length-Gradient index in morphotectonic analysis of small catchment: A case study from Central Italy. Geomorphology, v. 102, p. 159-168, 2008.
VILLELA, S. M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1975. 245 p.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Artur Magalhães Brito, André Oliveira Souza
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-CompartirIgual 4.0.
Os Autores dos trabalhos aceitos para publicação na revista CONTEXTO GEOGRÁFICO devem concordar com os termos a seguir: a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional; b) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online;e c) Considerando que o acesso a revista é público, os artigos publicados são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.