Metabolismo Socioeconômico (MSE): construção conceitual e análise para o Brasil (1970-2016)

Autores

  • Anderson Henrique dos Santos Araújo Universidade Federal de Alagoas Universidade Federal de Uberlândia http://orcid.org/0000-0002-1461-4105
  • Daniel Caixeta Andrade Universidade Federal de Uberlândia

Palavras-chave:

Economia Ecológica, Metabolismo Socioeconômico, Material Flows

Resumo

O metabolismo socioeconômico (MSE) é uma perspectiva teórica e metodológica que tem a pretensão de entender as relações entre as sociedades e a natureza, no sentido de qualificação e quantificação dos impactos biofísicos advindos da apropriação dos seus recursos energéticos e materiais, liberação de resíduos e rejeitos, e efeitos sinérgicos dessas atividades como consequência da ação humana. Partindo dessa abordagem, o presente estudo analisa a abordagem teórico/metodológica, descrevendo suas principais categorias de análise, sua relevância para economia ecológica (EE) e analisando o caso brasileiro.  Metodologicamente, o estudo constituiu de um levantamento documental, analisando pesquisas acadêmicas teóricas e aplicadas sobre a temática. Complementarmente, foram apresentados dados para o fluxo de matéria e energia para a economia brasileira.  Os resultados demonstram que o MSE pode contribuir metodologicamente para a análise de dados e informações na EE. Não obstante, os indicadores selecionados inferem que o fluxo de matéria e energia para o Brasil apresenta uma trajetória ascendente durante os anos 1970/2016.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Anderson Henrique dos Santos Araújo, Universidade Federal de Alagoas Universidade Federal de Uberlândia

<span>Possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Alagoas (2010) e Mestrado em Economia pela Universidade Federal de Alagoas (2013). Atualmente é professor assistente da Universidade Federal de Alagoas(Campus Arapiraca) e doutorando em economia na Universidade Federal de Uberlândia(UFU). Tem experiência na área de Economia, Administração Pública e Gestão ambiental, com ênfase em: Finanças Públicas, Planejamento Governamental, Economia ecológica e gestão pública ambiental.</span>

Daniel Caixeta Andrade, Universidade Federal de Uberlândia

Professor Associado do Instituto de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (IERI-UFU). É economista pela Universidade Federal de São João del Rei (2004), concluiu o mestrado em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia (2006) e o doutorado em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da UNICAMP (2010), com período sanduíche na University of Vermont (EUA). Em 2014 concluiu seu estágio pós-doutoral na Flinders University of South Australia, sendo bolsista da CAPES. Faz parte do corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Uberlândia. Atualmente (2018-2019) é presidente da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (ECOECO). Suas pesquisas são focadas na área de Economia dos Recursos Naturais, com ênfase em Economia Ecológica. Especificamente, vem trabalhando nos seguintes temas: aspectos teóricos e metodológicos da Economia Ecológica; novos métodos de valoração de bens e serviços ecossistêmicos; políticas ambientais, particularmente mecanismos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA); interações dinâmicas entre os sistemas econômico, social, físico e biológico; desenvolvimento econômico e sustentabilidade; indicadores alternativos ao PIB.

Referências

ARROW, K., Bolin, B., COSTANZA, R., DASGUPTA, P., FOLKE, C., HOLLING, C. S., & PIMENTEL, D. Economic growth, carrying capacity, and the environment. Ecological economics, 15(2), 91-95, 1995.

CARPINTERO, O. El metabolismo económico regional español. FUHEM Ecosocial. Madrid, 2015.

CECHIN, A. D. Georgescu-Roegen e o desenvolvimento sustentável: diálogo ou anátema? (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, 2008.

DALY, H. E. On economics as a life science. Journal of political economy, 76(3), 392-406, 1968.

DALY, H.; FARLEY, J. Economia Ecológica: princípios e aplicações. Lisboa: Instituto Piaget, 2004.

DALY, H. E. Ecological economics and sustainable development. Edward Elgar Publishing, 2007

DE MOLINA, M.G.; TOLEDO, V. M. Metabolismos, naturaleza e historia: hacia una teoría de las transformaciones socioecológicas. Icaria, 2011.

EHRLICH, P. R. The population bomb, 1978. Disponível em: http://125.22.40.134:8082/jspui/bitstream/123456789/3161/1/2%20%20Ehrlich%20The_Population_Bomb.pdf

ERKMAN, S. Industrial ecology: a new perspective on the future of the industrial system. President's lecture, Assemblée annuelle de la Société Suisse de Pneumologie, Genève, 2001.

FISCHER-KOWALSKI, M. Society’s Metabolism. The Intellectual History of Materials Flow Analysis, Part I, 1860-1970. Journal of Industrial Ecology, V. 2, Issue 4, Pages 107–136, 1998.

FISCHER‐KOWALSKI, M., & HÜTTLER, W.. Society's Metabolism: The Intellectual History of Materials Flow Analysis, Part II, 1970‐1 998. Journal of industrial ecology, 2(4), 107-136, 1998.

FISCHER-KOWALSKI, M., & HABERL, H. Sustainable development. Long-term changes in socio-economic metabolism and colonization of nature. International Social Science Journal, 158(4), 573-587, 1998.

FISCHER-KOWALSKI, M., & HABERL, H. Social metabolism: a metric for biophysical growth and degrowth. Handbook of ecological economics, 100-138, 2015.

FISCHER-KOWALSKI M & WEISZ H. Society as a hybridbetween material and symbolicrealms. Toward a theoretical framework of society-nature interaction. Adv. Hum. Ecol. 8, p.215–51, 1999.

FOSTER, J. B. Marxismo e Ecologia: fontes comuns de uma Grande Transição. Lutas Sociais, 19(35), 81-97, 2015.

GEORGESCU-ROEGEN, Nicholas. The entropy law and the economic process. Cambridge: Harvard University Press, 1971.

GEORGESCU-ROEGEN, Nicholas Bioeconomía: Una Nueva Mirada A La Naturaleza de

la Actividad Económica. Revista De Economía Crítica, 23, 152-168, 2017.

GIAMPIETRO, M., MAYUMI, K., M. e A. H. SORMAN. Energy Analysis for a Sustainable Future: Multi-Scale Integrated Analysis of Societal and Ecosystem Metabolism, Earthscan, Routledge, London, 2013.

GONZÁLEZ DE MOLINA, M. Y & TOLEDO, V. M. Metabolismos, naturaleza e historia: hacia una teoría socio-ecológica de las transformaciones, Barcelona, Icaria editorial, 2011.

HABERL, H., Wiedenhofer, D., Pauliuk, S., Krausmann, F., Müller, D. B., & FISCHER-KOWALSKI, M. Contributions of sociometabolic research to sustainability science. Nature Sustainability, 2019.

HABERL, H., FISCHER-KOWALSKI, M., KRAUSMANN, F., WINIWARTER, V. Social ecology: society-nature relations across time. Switzerland: Spring International Publishing, 2016.

HARDIN, G. The tragedy of the commons. science, 162(3859), 1243-1248, 1968.

KRAUSMANN, F. SCHANDL, H. EISENMENGER, N. & JACKSON, S.G.T. Material Flow Accounting: Measuring Global Material Use for Sustainable Development. Annual Review of Environment and Resources 42:1, 647-675, 2017.

MEADOWS, D. H., MEADOWS, D. H., Randers, J., & BEHRENS III, W. W. The limits to growth: a report to the club of Rome. 1972.

NOBRE, M., AMAZONAS, M. de C. Desenvolvimento sustentável: a institucionalização de um conceito. Brasília: Edições Ibama, 2002.

PURVES, W. K., ORIANS, G. H. & HELLER H. C. Life. The science of biology. 3d ed. Sunderland, MA: Sinauer, 1992.

TOLEDO, V. El metabolismo social: una nueva teoría socioecológica. Relaciones. Estudios de história y sociedad, 34(136), 41-71, 2013.

Downloads

Publicado

2020-04-08

Como Citar

DOS SANTOS ARAÚJO, Anderson Henrique; ANDRADE, Daniel Caixeta. Metabolismo Socioeconômico (MSE): construção conceitual e análise para o Brasil (1970-2016). Revista Craibeiras de Agroecologia, [S. l.], v. 5, n. 1, p. e9327, 2020. Disponível em: https://seer.ufal.br/index.php/era/article/view/9327. Acesso em: 20 nov. 2024.