NOTAS SOBRE IMAGENS-PASSAGENS: O ENSAÍSMO NO CINEMA CONTEMPORÂNEO.

Resumo

A proposta do trabalho consiste em pensar o ensaio como uma forma de inscrição na cultura audiovisual e, para tanto, serão utilizados como recursos de exploração a contemplação e, em seguida, a reflexão em torno do seu corpo, suas formas e presença nos meios de comunicação do mundo pós-industrial. A ancoragem teórica dar-se-á a partir de uma costura elaborada na atmosfera formada pela Teoria do Cinema e derivada da ressonância do pensamento filosófico, literário e estético. Nosso ponto de partida para a formação do conjunto epistêmico que pretendemos elaborar é o texto “O filme-ensaio: desde Montaigne e depois de Marker”, de Timothy Corrigan e a observação e análise da Trilogia da Solidão do cineasta e artista brasileiro Cao Guimarães. Diante disso, cabe compreender, segundo um pensamento pós-estruturalista, de que modo a escrita ensaística possibilita a existência de um produto audiovisual que escapa do paradigma representacional e converge para o regime sensível intitulado lógica da sensação (DELEUZE, 2007). Sobre esse aspecto, pensar o Cinema é dar-se conta também das potencialidades, linhas de força, cartografias e temporalidades que advém do processo de criação e materialidade do que a crítica convencionou chamar de filme-ensaio.  Diante do exposto, a proposta busca responder a seguinte questão: como o filme-ensaio pode traduzir formas-pensamento no mundo contemporâneo?