CONSEQUÊNCIAS DO TRATAMENTO TARDIO DO HIPOTIREOIDISMO NA INFÂNCIA: EXPERIÊNCIA CLÍNICA

Abstract

A deficiência na produção ou na atuação dos hormônios tireoidianos leva ao quadro de hipotireoidismo, sendo a Tireoidite de Hashimoto (TH) a causa mais comum. Metodologia: Relatamos dois casos, sendo um do sexo masculino, 9 anos, procedente de Maceió e uma menina de 12 anos de Barra de Santo Antônio-AL, encaminhados ao setor de endocrinologia pediátrica do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, por baixa estatura. Foram aferidos peso, altura, IMC e pressão arterial, realizado estadiamento de Tanner e solicitados exames laboratoriais (TSH, T4 livre, anticorpos antitireoperoxidase e antitireoglobulina, lipidograma e hemograma) e de imagem (radiografia do punho e USG de tireoide). Resultados: Na anamnese, ambos se queixavam de constipação intestinal crônica, sem história familiar de tireoidopatia ou atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor. Ao exame físico, apresentavam: baixa estatura, obesidade, edema generalizado e pele com coloração amarelada. No estadiamento de Tanner, o menino, apresentava P2G2, além de hipertricose por todo corpo, já a menina encontrava-se em M2P3. Ambos apresentavam pressão arterial abaixo do percentil 90 e os exames laboratoriais confirmaram o diagnóstico de TH, além de dislipidemia e anemia. A radiografia do punho mostrou atraso na idade óssea em 4 anos no menino e 5 anos na menina. Foi iniciado o tratamento com Levotiroxina com posterior retomada do crescimento, melhora do edema, da coloração da pele e da constipação, além de redução do índice de massa corporal. Nos exames laboratoriais, houve melhora da função tireoidiana, da dislipidemia e da anemia. Considerações finais: Diante da evolução na medicina e assistencia a saúde, torna-se inconcebivel que casos de TH, que são facilmente diagnosticados e tratados, cheguem a quadros graves de hipotireoidismo. Sendo assim, o relato desses casos pretende chamar atenção aos pediatras para um diagnóstico precoce, evitando, assim, sequelas graves e, às vezes irreverssivéis, na saúde das crianças e adolescentes.