ASSOCIAÇÃO ENTRE A CONTRIBUIÇÃO ENERGÉTICA DE ALIMENTOS DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO NOVA E O ESTADO NUTRICIONAL DE GESTANTES ATENDIDAS PELA REDE PÚBLICA DE MACEIÓ, ALAGOAS
Palavras-chave:
gestação; alimentos industrializados; saúde materno-infantil; consumo alimentar.Resumo
A qualidade da dieta e o estado nutricional da gestante são cruciais para a saúde materno-fetal, e, quando inadequados, podem trazer complicações obstétricas e aumentar riscos perinatais. A classificação NOVA categoriza os alimentos de acordo com seu nível de processamento, possibilitando uma maior compreensão do impacto nutricional na saúde. O estudo objetivou avaliar a associação entre a contribuição
energética de alimentos com base na classificação NOVA e o estado nutricional de gestantes. Sendo um estudo transversal conduzido nas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Maceió, em 2019, envolvendo gestantes entre 23 e 35 semanas gestacionais com pré-natal realizado na rede pública do município. A coleta de dados foi feita por meio de questionários padronizados e a classificação do estado nutricional realizada de acordo com os pontos de corte estabelecidos por Atalah et al. (1997). O consumo alimentar foi avaliado por meio de um questionário de frequência alimentar específico para gestantes. 100 gestantes com idade média de 24,74±6,35 anos e consumo energético médio de 5441,90±2414,13Kcal/dia foram avaliadas, a contribuição energética foi de 48,30% para os alimentos in natura ou minimamente processados e 35% para os ultraprocessados. As mulheres com maior contribuição energética advinda de alimentos in natura ou minimamente processados tiveram 87,3% menos chance de obesidade, já as com maior contribuição de alimentos ultraprocessados tiveram 45% mais chance de baixo peso. Compreende-se que o menor grau de processamento dos alimentos contribui para uma menor ocorrência de alterações no estado nutricional.
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Referências
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