ASPECTOS DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Autores

  • Angela Maria Moreira Canuto FAMED/UFAL
  • Lucas Monteiro
  • Carlos William Rodrigues Lima
  • Thais Ferreira Gêda
  • Beatriz Pereira Braga
  • Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho

Resumo

Introdução: Recentemente têm aumentado os debates sobre a formação médica e as relações médico-paciente. Torna-se de grande importância a análise dos princípios bioéticos envolvidos nessa relação durante o processo médico e terapêutico, além dos fatores influenciadores como a espera pela consulta, a dificuldade na acessibilidade, a diminuição da privacidade e da autonomia do paciente. Este estudo objetiva a avaliação dessa relação através do nível de satisfação e percepção dos pacientes, especialmente no que diz respeito à comunicação durante a consulta e à qualidade das interações interpessoais. Métodos: Estudo transversal qualitativo com grupos focais constituídos por pacientes provenientes dos ambulatórios de clínica médica do hospital universitário. Os participantes do estudo foram distribuídos em dois grupos focais de oito pessoas, sendo um deles composto por homens e o outro, por mulheres. Um guia padrão de temas foi utilizado para conduzir os encontros, de maneira a promover interação e ampla problematização dos temas em estudo. Os diálogos produzidos foram transcritos e organizados em um banco de dados para processamento pelo software ALCESTE, que permite uma análise lexográfica informatizada do material textual e integra métodos estatísticos sofisticados. Resultados: a análise dos dados apresentou um número de 247 Unidades de Contexto Elementar (UCE), sendo aproveitadas 199 UCE, correspondentes a 80,57% do total. Foram elencadas quatro Classes, segundo a Classificação Hierárquica Descendente. Com base na seleção das palavras isomorfas com radical comum mais características de cada classe, como encaminhamento, sala, exame, hora e espera, foram atribuídos nomes definidores: Classe 1, denominada de Acesso aos serviços de saúde; Classe 2, Acolhimento e autonomia do paciente; a Classe 3, Respeito à privacidade; e Classe 4, Espera pela consulta médica e pontualidade do médico. Conclusões: A interação médico-paciente é complexa e influenciada por diversos fatores, direta ou indiretamente relacionados ao sucesso do tratamento e à satisfação do paciente. As políticas públicas e gerências institucionais precisam compreender que as necessidades sociais implicam realidades perversas que contribuem para uma relação dialógica médico-paciente deficiente e algumas vezes ineficaz.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Angela Maria Moreira Canuto, FAMED/UFAL

Possui doutorado em Doutorado pela faculdade de Medicina da Universidade do Porto (2015). É professora assistente da Universidade Federal de Alagoas. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Clínica Médica, atuando principalmente nos seguintes temas: educação médica, professor de medicina, faculdade de medicina, bioética, sistema de cotas e perfil socioeconômico.

Downloads

Publicado

2020-01-12

Como Citar

Canuto, A. M. M., Monteiro, L., Lima, C. W. R., Gêda, T. F., Braga, B. P., & Coelho, J. A. P. de M. (2020). ASPECTOS DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Revista Portal: Saúde E Sociedade, 4(3), 1194–1205. Recuperado de https://seer.ufal.br/index.php/nuspfamed/article/view/7362

Edição

Seção

ARTIGO ORIGINAL