ASPECTOS DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Resumo
Introdução: Recentemente têm aumentado os debates sobre a formação médica e as relações médico-paciente. Torna-se de grande importância a análise dos princípios bioéticos envolvidos nessa relação durante o processo médico e terapêutico, além dos fatores influenciadores como a espera pela consulta, a dificuldade na acessibilidade, a diminuição da privacidade e da autonomia do paciente. Este estudo objetiva a avaliação dessa relação através do nível de satisfação e percepção dos pacientes, especialmente no que diz respeito à comunicação durante a consulta e à qualidade das interações interpessoais. Métodos: Estudo transversal qualitativo com grupos focais constituídos por pacientes provenientes dos ambulatórios de clínica médica do hospital universitário. Os participantes do estudo foram distribuídos em dois grupos focais de oito pessoas, sendo um deles composto por homens e o outro, por mulheres. Um guia padrão de temas foi utilizado para conduzir os encontros, de maneira a promover interação e ampla problematização dos temas em estudo. Os diálogos produzidos foram transcritos e organizados em um banco de dados para processamento pelo software ALCESTE, que permite uma análise lexográfica informatizada do material textual e integra métodos estatísticos sofisticados. Resultados: a análise dos dados apresentou um número de 247 Unidades de Contexto Elementar (UCE), sendo aproveitadas 199 UCE, correspondentes a 80,57% do total. Foram elencadas quatro Classes, segundo a Classificação Hierárquica Descendente. Com base na seleção das palavras isomorfas com radical comum mais características de cada classe, como encaminhamento, sala, exame, hora e espera, foram atribuídos nomes definidores: Classe 1, denominada de Acesso aos serviços de saúde; Classe 2, Acolhimento e autonomia do paciente; a Classe 3, Respeito à privacidade; e Classe 4, Espera pela consulta médica e pontualidade do médico. Conclusões: A interação médico-paciente é complexa e influenciada por diversos fatores, direta ou indiretamente relacionados ao sucesso do tratamento e à satisfação do paciente. As políticas públicas e gerências institucionais precisam compreender que as necessidades sociais implicam realidades perversas que contribuem para uma relação dialógica médico-paciente deficiente e algumas vezes ineficaz.Downloads
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