O processo de involução econômica do Estado de Alagoas 2002 - 2014
DOI:
https://doi.org/10.28998/repd.v7i18.3243Resumo
Os objetivos deste artigo são avaliar o desempenho da economia do estado de Alagoas de 2002 a 2014 nos aspectos estruturais e históricos da alta dependência do setor sucroalcooleiro aliada a reduzida capacidade de investimento com recursos próprios correlacionada a forte restrição intertemporal do governo.
A análise mostrou que o processo de involução da economia alagoana está evidenciada na perda de participação relativa em termos de renda per capita e na participação em relação a economia nacional pós 2002. Destaca-se, ainda, que se avaliou a redução significativa da participação do Valor Adicionado (VA) da indústria de transformação efeito da crise do setor sucroalcooleiro ; o boom do crédito imobiliário correlacionado ao aumento do VA do segmento da construção civil e posteriormente avaliou-se o efeito do estouro da bolha imobiliária impactando na redução do VA da atividade da construção civil pós 2011.
Avaliou-se também que a crise fiscal foi resultado da destruição da base tributária dos impostos vinculados a renda, produção e lucros, a qual impactou em quedas significativas dos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE). Por outro lado, analisou que o incremento significativo do volume de crédito e das Transferências da Previdência Social de 2007 a 2016 resultou em um reduzido acréscimo real da arrecadação do Imposto de Circulação e Mercadorias e Serviços (ICMS) Principal. Porém, o elevado volume de crédito das famílias vem contribuindo para um forte impacto na arrecadação do ICMS Principal e, portanto, aumentando ainda mais a crise fiscal.
Foi avaliado, também, o engessamento do orçamento efeito do aporte crescente do Tesouro para financiar o déficit da Previdência aliada à consequência da alta vinculação da despesa a receita para financiar a Educação e Saúde correlacionados a redução significativa da capacidade de investimento do Estado com recursos próprios. E por fim, analisou o efeito da armadilha do alto volume de financiamentos externos e internos obtidos, no período de 2009 a 2014, em razão de ter contribuído para um reduzido crescimento da participação da economia em relação a economia nacional. Todavia, restringirá significativamente a capacidade de realização de investimentos, bem como aumentará a crise fiscal em razão do elevado serviço da dívida dos empréstimos tomados, mas principalmente o extorsivo montante do serviço da dívida Lei nº 9.496/97 de 2017 a 2048.
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Referências
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