vazamento de crédito no Nordeste e uma proposta de sistema de financiamento local: o caso de Alagoas
DOI:
https://doi.org/10.28998/repd.v1i1.87Resumo
Nos últimos anos, a correlação entre enfraquecimento do sistema de financiamento das regiões periféricas e acirramento das desigualdades regionais vem sendo explorada teoricamente, principalmente pelas agendas de pesquisa novokeynesianas e pós-keynesianas. O Brasil, a partir da segunda metade da década de 1990, em função da estabilização monetária, vem sofrendo um processo de concentração bancária que se traduz, por meio da transferência intra-bancos, na migração de créditos das regiões menos desenvolvidas para as mais desenvolvidas, o que os pós-keynesianos definem como “vazamento de crédito”. O objetivo deste artigo é mostrar que o modelo da agência de fomento estadual, dentro de uma lógica de “finanças de proximidade”, ao organizar a oferta e a demanda de crédito, pode contribuir para a reestruturação do sistema de fomento regional e, deste modo, alavancar operações de crédito nas regiões menos desenvolvidas. Por meio do levantamento dos dados junto ao Banco Central sobre as operações de crédito, depósitos à vista e número de agências em Alagoas e comparando-os com os de São Paulo, busca-se mostra que o modelo da Agência de Fomento é um instrumento viável para uma política de estruturação de sistema local de financiamento.