Memórias de Sótão: poéticas do corpo e videoperformance

Resumo

O presente texto aborda temas relativos aos processos de vulnerabilização durante o distanciamento social causado pela pandemia de Covid-19, a partir da videoperformance intitulada “Memórias de Sótão”. Nesse artigo, pensamos o corpo enquanto sujeito das ações transeuntes do espaço de casa que, por consequência, possibilitou examinar os novos impactos na vida cotidiana como o surgimento da percepção do medo, violência, estresse, ansiedade ou limitação a uma simples rotina diária. O trabalho incorpora as reflexões de Willoughby Sharp sobre o pioneirismo da arte do vídeo e videoperformance, em destaque aos artistas como Vito Acconci e Chris Burden, que exploram relações de poder sobre o corpo. Na mesma linha, Eleonora Fabião retrata a busca pela experiência da criação do corpo-performático, e também de um corpo-em-experiência por meio de processos de desarticulação. Os diálogos e resultados da videoperformance, e as reflexões sobre a arte do vídeo revelam novas perspectivas sobre as experiências do corpo e a influência do espaço doméstico nas percepções interpessoais, em que contribui para uma compreensão profunda dos impactos sociais. O texto conclui abordando os estudos de Carminda André, em que fitamos a potencialidade do artista-educador-performer para além dos grandes sistemas de museus e galerias, de modo que este estaria em compromisso a uma educação estética, poética e artística-pedagógica nos espaços escolares.