The other in narratives about the Perseverança Collection

Authors

  • Maicon Fernando Marcante IPHAN-AL

DOI:

https://doi.org/10.28998/rm.2022.n.12.13286

Keywords:

Perseverança Collection. Museums. Ethnographic collection.

Abstract

The Perseverança Collection is composed of sacred objects from Afro-Brazilian cults, in the Alagoas State, that were attacked in the violent episode known as Quebra de Xangô, which took place in 1912. At that time, the pieces were characterized by the press favourable to Quebra as evidence of alleged witchcraft practices, based on a multitude of racist and pejorative (dis)qualifications. Less than 40 years later, the same pieces were incorporated into the Alagoas Historic and Geography Institute and valued as possibly one of the most precious collections of Afro-Brazilian religious objects. What processes implied this resignification? Is this an effective rupture or continuities can be identified? Aiming to shed light on these concerns, I assume that the objects reflect not only the past from which they were taken, but also the later processes that constituted them as a museum collection.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Maicon Fernando Marcante, IPHAN-AL

Graduação em História - bacharelado e licenciatura - pela Universidade Federal do Paraná (2008). Mestrado em História Social pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Paraná (2012). Especialização em Antropologia pelo Centro de Letras e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Londrina (2019). Mestrando em Antropologia Social pela Universidade Federal de Alagoas. Historiador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Alagoas.

References

ALMEIDA, A. As cinzas da Coleção Perseverança, o Quebra de Xangô ainda arde. XIV Encontro de História da Arte – UNICAMP, n. 14, p. 91-98, 2019.

ALMEIDA, A. Arte ou Bugiganga? A estética africana da Coleção Perseverança. Arte e Filosofia, v. 15, n. 29, p. 223-245, 2020.

ALMEIDA, C. C. R. Ode à coleção Polícia da Corte. Temporalidades – Revista de História, v. 10, n. 3, p. 45-60, 2018.

AMARAL, R. A coleção etnográfica de cultura religiosa afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, v. 10, p. 255-270, 2000.

ANDRADE, F. A. G. Legba: a guerra contra o Xangô em 1912. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2015.

BITENCOURT, R. Desafios da diversidade: a diáspora negra e os museus. In: COSTA, A. L. A.; LEMOS, E. B. R. (orgs.). Anais dos 200 anos de museus no Brasil: desafios e perspectivas. Brasília: IBRAM, 2018. p. xx-xx.

BRASIL. Código Penal (1890). Código Penal dos Estados Unidos do Brazil. Rio de Janeiro: Presidência da República, 1890. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1851-1899/d847.htm Acesso em: 09 jan. 2022.

CERQUEIRA, V. L. C. De Mário de Andrade ao pavilhão das culturas brasileiras: mudanças nas práticas institucionais de guarda da cultura popular. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2016.

CLIFFORD, J. Sobre a autoridade etnográfica. In: CLIFFORD, J. A Experiência Etnográfica. Antropologia e Literatura no Século XX. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2002. p. xx-xx.

CONDURU, R. Esse “troço” é arte? Religiões afro-brasileiras, cultura material e crítica. Modos – Revista de História da Arte. Campinas, v. 3, n. 3, p. 98-114, 2019.

CORRÊA, A. F. Um museu mefistofélico: museologização da magia negra no primeiro tombamento etnográfico do Brasil. Textos escolhidos de cultura e arte populares, v. 11, n. 1, p. 33-51, 2014.

CUNHA, M. N. B. Notícias de uma investigação: Coleção Estácio de Lima – tratamento, estudo e divulgação de uma coleção testemunha da intolerância. Anais do Seminário Brasileiro de Museologia. 1. UFMG: Belo Horizonte, p. 858-867, 2014.

DESVALLÉES, A.; MAIRESSE, F. Conceitos-chave de Museologia. São Paulo: ICOM, 2013.

DIAS, G. T. Os intelectuais alagoanos e o Quebra de Xangô de 1912: uma história de silêncios (1930-1950). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2018.

DUARTE, A. Sobrevivências do culto da serpente (Dãnh-gbi) nas Alagoas. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Maceió, Imprensa Oficial, v. 26, 1952a.

DUARTE, A. Sobre o Panteão Afro-brasileiro. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Maceió, Imprensa Oficial, v. 26, 1952b.

DUARTE, A. Catálogo Ilustrado da Coleção Perseverança. Maceió: Departamento de Assuntos Culturais/SENEC, 1974.

FONTES, L. Um Orixá Desaparecido: etnografia num museu silencioso. Afro-Ásia, n. 64, p. 363-399, 2021.

GALAS, D. M. S. O Som do Silêncio: ecos e rastros documentais de vinte e seis esculturas afro da Coleção Estácio de Lima. Dissertação (Mestrado em Museologia) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE ALAGOAS. Biografia Analítica da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Maceió: IHGAL, 2009.

KODAMA, K. Os Índios no Império do Brasil: a etnografia do IHGB entre as décadas de 1840 e 1860. São Paulo: EDUSP, 2009.

KOPYTOFF, I. A biografia cultural das coisas: a mercantilização como processo. In: APPADURAI, Arjun. A vida social das coisas. Niterói: EDUFF, 2008. p. xx-xx.

LATOUR, B. O que é Iconoclash? Ou, há um mundo além das guerras de imagem? Horizontes Antropológicos, v. 14, n. 29, p. 111-150, 2008.

LINS, G. G. A Coleção Xangô: a cultura material afro-religiosa no Museu do Estado de Pernambuco. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.

LODY, R. Coleção Perseverança: um documento do Xangô alagoano. Maceió: UFAL, Rio de Janeiro: FUNARTE, 1985.

MACIEL, O. B. A. A Perseverança dos Caixeiros: o mutualismo dos trabalhadores do comércio em Maceió (1879-1917). Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.

MAGGIE, Y. O medo do feitiço. Religião e Sociedade, v. 13, n. 1, p. xx-xx, 1986.

MARTIUS, C. F. P. Como se deve escrever a história do Brasil. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, v. 6, n. 24, p. 381-400, 1845.

MELLO, A. J. A. A redenção dos Palmares. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Maceió: Imprensa Oficial, 1926.

OLIVEIRA, J. P.; SANTOS, R. C. M. (orgs.). De acervos coloniais aos museus indígenas: formas de protagonismo e de construção da ilusão museal. João Pessoa: Editora da UFPB, 2019.

OLIVEIRA, P. V. A Perseverança e o Silêncio: disjunção nas narrativas sobre religiões afro-brasileiras em Maceió. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2020.

RAFAEL, U. N. O não dito na obra de Arthur Ramos. Sociedade e Estado, v. 24, n. 2, p. 491-507, 2009.

RAFAEL, U. N. Muito barulho por nada ou o “xangô rezado baixo”: uma etnografia do “Quebra de 1912” em Alagoas, Brasil. Etnográfica – Revista do Centro em Rede de Investigação em Antropologia, v. 14, n. 2, p. 289-310, 2010.

RIBEIRO, R. Significação dos Estudos Afro-brasileiros. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Maceió: Imprensa Oficial, 1952.

RODRIGUES, N. As Bellas-Artes nos Colonos Pretos do Brazil - A esculptura. Revista Kósmos, v. 1, n. 8, p. 11-16, 1904.

SANSI-ROCA, R. De armas do fetichismo a patrimônio cultural: as transformações do valor museográfico do Candomblé em Salvador da Bahia no século XX. In: ABREU, R.; CHAGAS, M. S. (orgs.). Museus, coleções e patrimônios: narrativas polifônicas. Rio de Janeiro: Garamond, MinC/IPHAN/DEMU, 2007. p. xx-xx.

SCHWARCZ, L. Retrato em Preto no Branco: jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século XIX. São Paulo: Cia das Letras, 1987.

SCHWARCZ, L. O nascimento dos museus brasileiros, 1870-1910. In: MICELI, S. (org.). História das Ciências Sociais no Brasil. São Paulo: Vértice, Revista dos Tribunais: IDESP, 1989. p. 20-71.

SCHWARCZ, L. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SILVA, J. S. O que restou é folclore. Maceió: Imprensa Oficial, 2018.

SKIDMORE, T. As realidades raciais e o pensamento racial depois da abolição. In: SKIDMORE, T. Preto no Branco – raça e nacionalidade no pensamento brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976. p. 55-94.

SOARES, M. C. A descolonização das coleções coloniais: relato de uma experiência de curadoria com a Coleção Africana do Museu Nacional. In: OLIVEIRA, J. P.; SANTOS, R. C. M. (orgs.). De acervos coloniais aos museus indígenas: formas de protagonismo e de construção da ilusão museal. João Pessoa: Editora da UFPB, 2019. p. xx-xx.

STOCKING, G. Essays on museums and material culture. In: STOCKING, G. (Org). Objects an Others: essays on museums and material culture. Madison: University of Wisconsin Press, 1985. p. xx-xx.

VERSIANI, M. H. É Nosso Sagrado e é História: as lições de um acervo museológico. Anais do 31º Simpósio Nacional de História, ANPUH: Rio de Janeiro, p. 1-11, 2021.

Published

2022-12-13