Escrita e transversalidade: pesquisadores indígenas e a Universidade
DOI:
https://doi.org/10.28998/rm.2020.n.9.10500Resumen
A partir de uma reflexão epistemológica e político-pedagógica centrada em experiências de campo, o texto se propõe pensar a escrita da pesquisa indígena a partir de alguns trabalhos de acadêmicos da habilitação de Linguagens e Artes da Licenciatura Indígena da Universidade Federal do Acre. A abordagem dessa escrita é elaborada a partir do conceito de transversalidade, conforme proposto por Félix Guattari e pensado na chamada deste dossiê nos termos da “relação entre saberes heterogêneos enquanto heterogêneos numa experiência de ‘transversalidade criativa’”. Depois de acompanhar as pesquisas desses acadêmicos entre 2008 e 2018, inclusive em seus desdobramentos fora da universidade, nos campos do cinema ou da arte contemporânea, conclui-se pela especificidade da escrita elaborada pelos pesquisadores indígenas, em contraste com a concepção de linguagem, pesquisa e escrita com que a universidade se apresenta a eles.