Sertões
DOI:
https://doi.org/10.28998/rm.2017.n.3.3753Palabras clave:
sertão, território, antropologiaResumen
A exposição “Sertões” foi selecionada por edital e exposta na Sala da Fonte na Prefeitura de Porto Alegre – RS. A mostra foi composta um painel de 200 x 320 cm, formado por vinte e uma (21) imagens de tamanhos de 50 x 60 cm e de 60 x 80 cm. Além deste painel, cinco (5) outras imagens de tamanho 60 x 80 cm, formavam a exposição. Todas as imagens foram impressas pelo processo eco-solvente em tecido de poliéster. Completam a mostra cinco [5] frases em adesivos com definições de sertão extraídas de livros de João Guimarães Rosa. A exposição apresenta o sertão em sua magnitude espacial e seus aspectos físicos – a vegetação, o relevo, a aridez – e os seus significados antropológicos – o homem, a casa, a igreja, o boi, o carro de boi... Este é o sertão palpável e visível. Estes aspectos físicos e antropológicos tornam o cenário uma espécie de labirinto, como se este fosse uma metáfora da vida. A travessia deste labirinto pode ser interpretada, por analogia, como a travessia da nossa própria existência... [...] Sertão é dentro da gente. O sertão é sem lugar. O verdadeiro sertão é aquele que nos habita. É aquele de nossa aridez diária em relação aos outros e a nós mesmos. É aquele que dificulta nossa fertilidade de bem estar. Percorrer sertões é um exercício de crescimento pessoal. Este ensaio fotográfico é resultado de andanças pelos sertões dos estados de Alagoas e Sergipe a partir das margens do rio São Francisco, ora para um sertão, ora para outro. O grande painel formado por imagens dos sertões visitados formam o meu sertão. No centro a igreja, símbolo de toda religiosidade que sustenta o sertanejo. Sua fé em um Deus que não o abandona jamais... [...] sertão é onde manda quem é forte, com as astúcias. Deus mesmo. Quando vier, que venha armado!. Casa de Deus que o abriga, casa dos santos que o acompanham. Acima e nos lados, caminhos e horizontes unidos que se somam em composições, agora, únicas. Caminhos de ex-rios, resistência de vegetações... O sertão aceita todos os nomes, aqui é o gerais, lá o chapadão, acolá a caatinga.... Xique-xique, facheiro, mandacaru, olho d’água que ninguém mais sabe. Abaixo da igreja o alimento, o boi, o trabalho... [...] Sertão: quem sabe dele é urubu, gavião, gaivota, esses pássaros: eles estão sempre no alto, apalpando ares com pendurado pé, com o olhar remedindo a alegria e as misérias todas. O boi sofrido de pouca carne, jurado pela vida, para morte. Dando base à pirâmide de um lado a morada, o abrigo... Os lugares sempre estão aí em si, para confirmar. Casa? Do outro o homem em seu acanhamento, escondido, disfarçado... Homem do sertão... Quanto mais ando, querendo pessoas, parece que entro mais no sozinho do vago.... De tão sertão que se confunde que se funde... As outras imagens isolam o sertão: a imensidão, os planos, as serras, o céu e sua aridez. O carro de boi, roda que canta e o eixo que queima com o cocão apertado criando um som exclusivo em notas de dor. O abrigo de terra em a casa de sapé. O rio São Francisco e suas águas só molham os pés do sertão. Espinhos que o protege...
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Citas
ROSA, João G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
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Publicado
2018-03-27
Número
Sección
Encarte Visual/Visual notes