Intervenções com homens para a equidade de gênero: uma narrativa crítica das abordagens individualizantes
DOI:
https://doi.org/10.28998/rchv11n22.2020.0005Resumo
O artigo faz um breve mapeamento de como as intervenções com homens se configuraram desde a década de 1970, pondo em análise o caráter individualizante e comportamental que foi sendo construído para esse tipo de trabalho, a partir das críticas feministas que diferenciam o patriarcado do comportamento machista. Partimos do pressuposto de que os homens são importantes aliados no enfrentamento dos efeitos nocivos do gênero. No entanto, para além de pensar suas condutas machistas, entre si, buscando compensações individuais proveniente das mudanças do machismo, é fundamental seu engajamento na luta contra um sistema que articula diferentes relações de poder, normalizando os sujeitos a partir de padrões coloniais, capitalistas, cisheterossexuais e machistas interseccionados.Downloads
Referências
ABOIM, Sofia. Masculinidade hegemónica e pluralidade no masculino: rumo a novos hibridismos do género. In: ABOIM, Sofia et al. O que é masculinidade?. Lisboa: Escolar Editora, 2017.
ABREU, Ana Maria do Rego Menteiro de; COIMBRA, Cecília Maria Bouças. Quando a clínica se encontra com a política. In: MACIEL JÚNIOR, Auterives ; KUPERMANN, Daniel; TEDESCO, Silvia. Polifonias Clínica, Política e Criação. Rio de Janeiro: Contracapa, 2005.
ARILHA, Margareth. Nações Unidas, população e gênero: homens em perspectiva. Jundiaí, SP: Editora in House, 2010.
ASSIS-CLIMACO, Danilo. Trafico de Mulheres, Negócios de homens. Leituras Feministas e Anti-coloniais sobre os Homens, as Masculinidades e/ou o Masculino. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
AZEVEDO, Mariana. Homens feministas: a emergência de um sujeito político entre fronteiras contingentes. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, p. 92, 2012.
AZEVEDO, M.; MEDRADO, B. e LYRA, J. Homens e o Movimento Feminista no Brasil: rastros em fragmentos de memória. Cadernos Pagu, v. 54, [S.I], 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n54/1809-4449-cpa-18094449201800540014.pdf. Acesso em 13 de julho de 2019.
BADINTER, Elisabeth. XY: sobre a identidade masculina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
BENTO, Berenice. Homem não tece a dor: queixas e perplexidades masculinas. Natal, RN: EDUFRN, 2012.
BLY, Robert. Iron John: A Book About Men. Addison-Wesley Publishing Company, Inc., [S/I].
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
__________. Regulações de Gênero. Cadernos pagu, v. 42, p. 249-274, jan/jun. 2014.
CARBALLO, Jokin Azpiazu. Masculinidades y Feminismo. Barcelona: Virus, 2017.
CONNEL, Raewyn. La organizacion social de la masculinidad. In VALDEZ . T & OLAVARRIA, J. (org.) Masculinidad/es, poder e crisis. Chile, Isis Internacional, 1997.p. 43-47.
__________. Southern theory: the global dynamics of knowledge in social science. London: Polity, 2009.
__________. A iminente revolução na teoria social. Revista Brasileira de Ciências Sociais. n. 80, p. 9-20, 2012.
__________. Gênero em termos reais. São Paulo: nVersos, 2016.
CONNELL, Robert W. e MESSERSCHMIDT, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Estudos Feministas, Florianópolis, n. 21, v. 1, p. 241-282, jan-abril/ 2013.
CUBIÉ, Juan Bautista. Em defesa das mulheres das calúnias dos homens: com um catálogo das espanholas que mais se destacaram nas Ciências e nas Armas. São Paulo: Editora Unesp, 2012.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação. São Paulo: Elefante, 2017.
FIGUEROA, Juan Guilhermo. Paternidad, espacios laborales, salud y educación. México, D. F.: El Colégio de México, Centro de Estudios Demográficos, Urbanos y Ambientales, 2014.
GAAG, Nikki van der. Feminism & men. Londres: Zed Books, 2014.
GIDDENS, Anthony. A Transformação da Intimidade: Sexualidade, Amor e Erotismo nas Sociedades Modernas. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1993.
GUTIÈRREZ AGUILAR, Raquel. La lucha de las mujeres contra todas las violências em México: reunir fragmentos para hallar sentido. Em: GAGO, Veronica et al. 8M Constelatión feminista. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Tinta Limón, 2018.
GUTMANN, Matthew G. Os significados de ser homem em uma Colônia Popular na Cidade do México. Niterói: CEAD/UFF, 2017.
HEILBORN, M. L. & CARRARA, S. Em cena, os homens... Revista de Estudos Feministas, 6(2), p. 371-374, 1998.
HOOKS, bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 2019a.
___________. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019b.
KEIJZER, Beno de. Masculinidades: resistance and change. Em: Oxfam GB. Gender Equality and Men: learning from practice. Oxford: Oxfam, 2004.
KIMMEL, Micheal. Toward men's studies. American Behavioral Scientist, ano 29, v.5, 517-529, 1986.
__________. Angry white men: American masculinity at the end of an era. New York: Nation, Books, 2013.
LIMA, Vera Maria Leal Moreira e D'AMORIM, Maria Alice Magalhães. A relação atitude-comportamento à luz da Teoria da Ação Racional. Arquirvos Brasileiros de Psicologia. Rio de Janeiro, ano 38, v.1, p.133-142, jan./mar 1986.
MEDRADO DANTAS, Benedito. O masculino na mídia. Repertórios sobre masculinidade na propaganda televisiva brasileira. São Paulo. 148 p. Dissertação. Mestrado em Psicologia Social. PUC/SP, 1997.
MESSNER, Micheal A. Politics of masculinities: Men in movements. Thousand Oaks, CA: Sage, 1997.
_______________. How did the Men’s Rights Movement Beginning?. The red pill. 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=4EZWAKdzk8E. Acesso em 08 de outubro de 2020.
OLIVEIRA, Pedro Paulo. A Construção Social da Masculinidade. Belo Horizonte: Editora UFMG; Rio de Janeiro: IUPERJ, 2004.
PAREDES, Julieta. Hilando fino. Desde el feminismo comunitário. La Paz: Creative Commons, 2010.
PEACOCK, Dean. e BARKER, Gary. Working with men and boys to promote gender equality: A review of the field and emerging aproaches. Expert Group Meeting/ Prevention of Violence Against Women and Girls, v. 13. Bangkok, 2012.
PEASE, Robert. Recreating Men: Postmodern Masculinity Politics. London: Sage, 2000.
PETERSEN, Andersen. Research on Men and Masculinities: Some Implications of Recent Theory for Future Work. Men and Masculinities. v. 6, n. 1, 2003. Disponivel em: http://jmm.sagepub.com/cgi/content/abstract/6/1/54
PRECIADO, Paul B. Féminisme amnésique. Liberatión. 2014. Disponível em: https://www.liberation.fr/france/2014/05/09/feminisme-amnesique_1014052. Acesso em 08 de outubro de 2020.
RODRÍGUEZ, Juan Carlos R. e VAZQUÉZ, Griselda Uribe. El gênero de los hombres: un subcampo de estúdios em expansión. Em: RODRÍGUEZ, Juan Carlos R. e VAZQUÉZ, Griselda Uribe (org). Masculinidades: el juego de gênero de los hombres en el que participan las mujeres. Colonia San Rafael México, D. F. e Madrid: Plaza y Valdés, 2008
RODRÍGUEZ, Juan Carlos R. e RÍOS, José Carlos C. Estudios sobre la masculinidad y políticas públicas em México. Apuntes para uma discusión. Em: ODRÍGUEZ, Juan Carlos R. e RÍOS, José Carlos C. Los hombres em México: Veredas recorridas y por andar. Una mirada a los estudios de gênero de los hombres, las masculinidades. México: Universidad de Guadalajara – CUCEA-AMEGH, A. C 2013.
RÜDIGER, Francisco. Literatura de auto-ajuda e individualismo: contribuição ao estudo da subjetividade de massa contemporânea. Porto Alegre: Gattopardo, 2010.
RUBIN, G. A Circulação de Mulheres: notas sobre a “economia política” do sexo. In REITER, R. (ed.) Towards an antropology of women. New York: Monthly Review Press, 1975, p 157-210. (Tradução de Edith Piza, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social/ PUC/SP).
SAFFIOTI, Heleieth. Gênero patriarcado violência. São Paulo: Expressão Popular: Fundação Perseu Abramo, 2015.
SEGATO, Rita L. Por qué la masculinidad se transforma en violencia. La voz. 2017. Acessível em http://www.lavoz.com.ar/ciudadanos/por-que-la-masculinidad-se-transforma-en-violencia
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Vanessa do Nascimento FonsecaEste trabalho está licenciado sob uma licença
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.0/br/
Os autores detém os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.