Economia e crise sanitária na Província da Bahia: as epidemias de febre amarela e cólera-morbo (1849 – 1856)
DOI:
https://doi.org/10.28998/rchv12n24.2021.0011Resumo
O presente artigo tem como objetivo analisar os impactos econômicos sofridos pela Província da Bahia durante as epidemias de febre amarela e cólera-morbo nos anos 1850, mais precisamente, entre os anos de 1849 e 1856. A Província da Bahia, assim como grande parte do território brasileiro, vivenciou um período bastante dramático durante a primeira parte da década de 1850, quando duas pandemias ocorreram num intervalo de tempo muito curto. Primeiro, na segunda metade do ano de 1849, começava a crise sanitária provocada pela febre amarela trazida por uma embarcação estadunidense. Após um ano com elevado número de casos e mortes, a epidemia arrefeceu e permaneceu por meio de surtos que foram registrados até 1857. Logo em seguida, no ano de 1855, o cólera-morbo alcançou o Brasil após uma onda devastadora na Europa. Tanto a Província da Bahia, quanto o Brasil, enfrentaram uma crise sanitária ainda mais grave, com um número bastante elevado de vítimas fatais. Este estudo visa a contribuir para uma compreensão mais ampla dessas duas emergências sanitárias por meio de uma análise mais detida sobre seus desdobramentos econômicos na Província da Bahia, uma das mais atingidas e, até o momento, pouco estudada pela historiografia a partir dessa perspectiva.
Downloads
Referências
AEB. Previsão da balança comercial para 2021. Associação de Comércio Exterior do Brasil. Disponível em: http://aeb.org.br/previsao-da-balanca-comercial-2021/ Acesso em: 22 jan 2021.
ALMEIDA, Maria Antónia Pires de. A epidemia de cólera de 1853-1856 na imprensa portuguesa. Rio de Janeiro: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 18, n. 4, out. – dez. de 2011. p. 1057-1071.
ATHAYDE, Johildo Lopes de. Salvador e a grande epidemia de 1855. Salvador: Publicações do Centro de Estudos Baianos (CEB-UFBA), n. 113, 1985.
BAHIA. Secretaria de Planejamento, Ciência e Tecnologia. A Inserção da Bahia na Evolução Nacional – 1.a Etapa: 1850-1889 – Atividades Produtivas. Salvador: Fund. Centro de Pesquisas e Estudos – CPE, 1978a.
_______. A Inserção da Bahia na Evolução Nacional – 1.a Etapa: 1850-1889 – Atividades Não-Produtivas. Salvador: Fund. Centro de Pesquisas e Estudos – CPE, 1978b.
_______. A Inserção da Bahia na Evolução Nacional – 1.a Etapa: 1850-1889 – Anexo Estatístico. Salvador: Fund. Centro de Pesquisas e Estudos – CPE, 1978c.
BCB. Focus – Relatório de mercado. Brasília: Banco Central do Brasil (BCB), 11/12/2020. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/publicacoes/focus/11122020 Acesso em: 22 jan. 2021.
BELTRÃO, Jane Felipe. Autoridade médica e divulgação científica no Grão-Pará flagelado pelo cólera: século XIX. Porto Alegre: Horizontes Antropológicos, ano 8, n. 17, junho de 2002. p. 239-252.
_______. Memórias da cólera no Pará (1855 e 1991): tragédias se repetem? Rio de Janeiro: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 14, suplemento, dezembro de 2007. p. 145-167.
BENCHIMOL, Jaime. Dos micróbios aos mosquitos: febre amarela e revolução pasteuriana no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1999.
BIRMINGHAM, David. História concisa de Portugal. São Paulo: EDIPRO, 2015.
CHALHOUB, Sidney. Cidade febril: cortiços e epidemias na corte Imperial. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
DAVID, Onildo Reis. O inimigo invisível: a epidemia do cólera na Bahia em 1855-56. Salvador: UFBA (dissertação de mestrado), 1993. 175 f.
FOLHA DE SÃO PAULO. Veja o desempenho do PIB de vários países em 2020 e no 4.o trimestre. Folha de São Paulo, 03/03/2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2021/03/veja-o-desempenho-do-pib-de-varios-paises-em-2020-e-no-4o-trimestre.shtml. Acesso em: 19 mar. 2021.
FRANCO, Odair. História da febre amarela no Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1969.
FRANCO, Sebastião Pimentel. Pânico e terror: a presença da cólera na Província do Espírito Santo (1855-1856). Guarulhos: Almanack, n. 07, 1o semestre de 2014. p. 117-136.
FREITAS, Ricardo Cabral de. Ardentes trópicos: febres e saúde pública no Brasil joanino. Rio de Janeiro: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 27, n. 3, jul.-set., 2020. p. 723-740.
GAITORS, Beau DJ. Comércio, conflito e contaminação: febre amarela no início da independência em Vera Cruz no imaginário dos Estados Unidos, 1821-1848. Rio de Janeiro: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v.25, n. 3, jul.-set., 2018.
IBGE. Estatísticas históricas do Brasil. 2 ed., Rio de Janeiro: IBGE, 1990.
KODAMA, Kaori et al. Mortalidade escrava durante a epidemia de cólera no Rio de Janeiro (1855 – 1856): uma análise preliminar. Rio de Janeiro: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v.19, supl., dez., 2012. p. 59-79.
LEVY, Paulo Mansur. Conjuntura recente e perspectivas para a economia internacional. Brasília: IPEA, Carta de Conjuntura, n. 50, nota de conjuntura 25, 1o trimestre de 2021.
MAURO, Frédéric. História econômica mundial 1790-1970. 2 ed., Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976.
SANTOS, Luciana dos. Um imenso campo mórbido: controvérsias médico-científicas sobre a epidemia de cólera-morbo de 1855. Rio de Janeiro: História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 23, n. 2, abr. – jun, 2016. p. 341-357.
SECINT. Balança comercial consolidada e séries históricas. Brasília: Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, SECINT, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/produtividade-e-comercio-exterior/pt-br/assuntos/comercio-exterior/estatisticas/balanca-comercial-brasileira-acumulado-do-ano Acesso em: 22 jan 2021.
TAVARES, Luís Henrique Dias. História da Bahia. 10 ed., São Paulo: UNESP/Salvador: EDUFBA, 2001.
WHO – World Health Organzation. WHO Coronavirus dashboard. Disponível em: https://covid19.who.int/. Acesso em: 22 abr. 2021.
WITTER, Nikelen Acosta. Males e epidemias: sofredores, governantes e curadores no sul do Brasil (Rio Grande do Sul, século XIX). 2007. 276 f. Tese (Doutorado em História). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal Fluminense, Niterói/RJ, 2007.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 MARCOS GUEDES VAZ SAMPAIOEste trabalho está licenciado sob uma licença
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.0/br/
Os autores detém os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.