A utilização de trabalhadores escravizados na pequena produção do Continente do Rio Grande de São Pedro (Jaguarão/RS, 1802 - 1835)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/rchv12n24.2021.0016

Resumo

Este trabalho tem como objetivo debater sobre a utilização da mão de obra de trabalhadores escravizados entre os pequenos produtores de Jaguarão/RS, durante o período de 1802 – 1835. Para o debate realizado, foram utilizadas como fontes principais 67 inventários post mortem considerados de pequena produção, assim como documentos de procedência judiciária. Neste universo documental, foi constatada a presença de cativos em 88% das pequenas unidades produtivas rurais, perfazendo uma média de 4,6 por domicílio. Ao direcionarmos nossa atenção para os pequenos produtores, ressaltamos que o debate sobre a disseminação dessa mão de obra torna-se ainda mais necessário, devido esses atores estarem constantemente atrelados a ideia da incapacidade de acúmulo de recursos para obterem acesso aos trabalhadores escravizados. Nesse sentido, buscamos problematizar as escravarias encontradas nesses pequenos estabelecimentos rurais, assim como apontar indagações e provocações inciais sobre a necessidade de compreendermos onde essa mão de obra era empregada no meio rural do Rio Grande do Sul colonial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Franklin Fernandes Pinto, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)/Doutorando

Possui graduação em Licenciatura em História pela Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA (Campus Jaguarão/RS). Mestre em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGH/UFRGS). Atualmente, é doutorando em História na Universidade Federal de Juiz de Fora (PPGHIS/UFJF). Suas áreas de interesse e concentração de estudos são, a saber: História Agrária, História da Família, Análise de Redes Sociais, Escravidão e Economia no mundo rural durante o período colonial até a metade do século XIX.

Referências

BACELLAR, Carlos de Almeida Prado. A escravidão miúda em São Paulo colonial. IN: SILVA, Maria Beatriz Nizza da (Org.). Brasil: colonização e escravidão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. pp. 239-254.

BARICKMAN, Bert Jude. Um contraponto baiano: açúcar, fumo, mandioca e escravidão no Recôncavo, 1780- 1860. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

BERUTE, Gabriel Santos. Dos escravos que partem para os portos do sul: características do tráfico negreiro do Rio Grande de São Pedro do Sul, c.1790-c.1825. 2006. 200f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

BOM, Matheus Batalha. Porosas Fronteiras: Experiências de escravidão e liberdade nos limites do Império (Jaguarão – Segunda metade do século XIX). 2017. 208f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2017.

BRASIL. Unidades Agrárias não Decimais em Uso no Brasil. Ministério da Agricultura. Rio de Janeiro. 1948.

BROWN, Gregory G. The impact of American flour imports on Brazilian wheat production: 1808-1822. The Americas, vol. 47, Nº 3, Jan. 1991. p. 315-336.

CARDOSO, Fernando Henrique. Capitalismo e escravidão no Brasil meridional o negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CESAR, Guilhermino. História do Rio Grande do Sul: Período colonial. Porto Alegre: Editora Globo, 1970.

CHAVES, Antônio José Gonçalves. Memórias ecônomopolíticas sobre a administração pública do Brasil. São Leopoldo: Unisinos, 2004.

CHAYANOV, Alexander V. Sobre a teoria dos sistemas econômicos não capitalistas. In: SILVA, José Graziano; STOLCKE, Verena. A questão agrária. São Paulo: Editora Brasiliense, 1981. p. 133-163.

CILIBERTO, Valeria. La agricultura a las puertas de la ciudad: arrendatarios, pequeños propietarios y grandes chacareiros. In: Quinto sol, n. 4, 2000. P. 39-65.

CORRÊA, André do Nascimento. Ao sul do Brasil Oitocentista: Escravidão e estrutura agrária em Caçapava, 1821-1850. 2013. 118f. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2013.

DJENDEREDJIAN, Julio. Historia del capitalismo agrario pampeano: la agricultura pampeana en la primeira mitad del siglo XIX. Buenos Aires: Siglo XXI Editores Argentina, 2008.

FARINATTI, Luís Augusto Ebling. Confins meridionais: famílias de elite e sociedade agrária na fronteira sul do Brasil (1825-1865). Santa Maria: Editora da UFSM, 2010.

FRANCO, Sérgio da Costa. Origens de Jaguarão (1790-1833). Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul. 1980.

GARAVAGLIA, Juan Carlos. ¿Existieron los gauchos? In: Anuario IEHS: Instituto de Estudios histórico sociales, n;2, 1987, pp. 42-52.

_____. Pastores y labradores de Buenos Aires. Una historia agraria de la campaña bonaerense (1700-1830). Buenos Aires: Ediciones de la Flor, 1999.

GELMAN, Jorge. ¿Gauchos o Campesinos?. In: Anuario IEHS: Instituto de Estudios histórico sociales, n;2, 1987, pp. 53-60.

_____. Campesinos y estancieros. Uma región del Río de la Plata a fines de la época colonial. Buenos Aires: Los libros del Rey, 1998.

GOMES, Luciano Costa. Uma cidade negra: escravidão, estrutura econômico-demográfica e diferenciação social na formação de Porto Alegre, 1772-1802. 2012. 292 f. Dissertação (Mestrado em História)- Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

GULARTE, Gustavo da Silva. Intrusos em terras fronteiriças: Ocupação e povoamento das terras da margem oriental do Rio Jaguarão, 1801-1814. 2009. 50 f. Monografia de Conclusão de Curso - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

_____. Fronteira do Jaguarão: unidades produtivas e trabalho escravo na formação de um espaço fronteiriço, 1801-1835. 2015. 132 f. Dissertação (Mestrado em História)- Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

LEIPNITZ, Guinter Tlaija. Vida independente, ainda que modesta. Dependentes, trabalhadores rurais e pequenos produtores na fronteira meridional do Brasil (c. 1884 – c. 1920). 2016. 285 f. Tese (Doutorado em História) - Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.

MATTOS, Hebe Maria. Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista (Brasil, século XIX). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.

_____. Campesinato e escravidão. In: SILVA, Francisco Carlos Teixeira da; MATTOS, Hebe Maria; FRAGOSO, João. Escritos sobre história e educação: Homenagem à Maria Yedda Leite Linhares. Rio de Janeiro: MAUAD; FAPERJ. 2001, p. 331-350.

MAYO, Carlos. Sobre peones, vagos y malentretenidos: El dilema de la economia rural rioplatense durante la epoca colonial. In: Anuario IEHS: Instituto de Estudios histórico sociales, n;2, 1987, pp. 25-32.

OSÓRIO, Helen. Fronteira, Escravidão e Pecuária: Rio Grande do Sul no período colonial. Segundas Jornadas de História Regional Comparada. Anais. Porto Alegre: PUCRS, 2005.

_____. O império português no sul da América: estancieiros, lavradores e comerciantes. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.

SANTOS, Corcino Medeiros dos. Economia e sociedade do Rio Grande do Sul: século XVIII. São Paulo: Editora Nacional, 1984.

SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos: engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

VILAR, Pierre. ¿Economía campesina? In: ______. Iniciación al vocabulario del análisis histórico. Barcelona: Editorial Crítica, 1980. p. 265-311.

Downloads

Publicado

2021-12-01

Como Citar

Pinto, F. F. (2021). A utilização de trabalhadores escravizados na pequena produção do Continente do Rio Grande de São Pedro (Jaguarão/RS, 1802 - 1835). Revista Crítica Histórica, 12(24), 380–414. https://doi.org/10.28998/rchv12n24.2021.0016