Crônica histórica na obra de Mário Sette:
o problema das contribuições do modernismo regionalista para a historiografia do Recife (1920-1940)
DOI:
https://doi.org/10.28998/rchv14n27.2023.0005Resumo
Este artigo pretende apresentar reflexões sobre as possibilidades de utilização da obra do cronista Mário Sette na pesquisa historiográfica sobre eventos de modernização que subjazem a urbanização do Recife. São utilizados como referenciais teóricos Antonio Paulo Rezende, Raimundo Arrais, Magdalena Almeida e Beatriz Sarlo, e Luiz Costa Lima como referência da crítica literária. Esses (as) autores (as) auxiliam a reflexão da produção de Sette a partir de elementos da ficção, do imaginário e da realidade, e também as implicações de seu duplo caráter como fonte primária e secundária. Conclui-se que o trabalho de Sette apresenta desafios de natureza ético-política ao pesquisador, se considerado como fonte secundária, mas como fonte primária pode ajudar a compreender o caráter autoritário das reformas urbanas do início do século XX, por permitir a análise de implicações subjetivas das transformações fisionômicas e as reações do campo intelectual do modernismo regionalista à perspectiva dos urbanistas do período.
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