O tempo escrito com a pena da galhofa e a tinta da melancolia
DOI:
https://doi.org/10.28998/rchvl6n11.2015.0004Resumo
O homem em sua finitude é devorado pelo tempo e marcado pela relação dialética entre o “espaço de experiência” e o “horizonte de expectativa”, categorias históricas criadas por Reinhart Koselleck, capazes de fundamentar a possibilidade de uma história. A crônica, gênero narrativo que se firmou no Brasil desde meados do século XIX, tece o tempo, a história e a ficção, a princípio, em coluna de rodapé e gradativamente ganhando espaço nos jornais até transformar-se no que conhecemos hoje. E, pelas mãos de Machado de Assis, retrata com a “pena da galhofa”, a “tinta da melancolia” e a “agulha da imaginação”, os fatos históricos mais importantes e contraditórios do seu tempo: a escravidão e a Abolição, o Império e a República, as crenças dos antepassados e o avanço da ciência, as velhas ruas alumiadas com azeite de peixe e a urbanização, os antigos hábitos e os novos costumes adquiridos com a vinda da família real em 1808. E, como atesta John Gledson, Machado desejava retratar a natureza e o desenvolvimento da sociedade em que vivia. Passado e futuro em constante embate narrados com o ceticismo do velho bruxo, é a proposta desse trabalho.Downloads
Referências
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