Existência e infância por uma ordem diferente da que impõe a vida: uma interpretação filosófica beauvoiriana de "O casamento" de Silvina Ocampo

Resumo

A partir de uma leitura fenomenológico existencial, pretende-se realizar uma
interpretação filosófica do conto “O casamento” (La Boda) do livro A fúria e outros contos (1959) da escritora argentina Silvina Ocampo. Sem nos afastarmos de algumas noções fundamentais para um trabalho com o conto no contexto do gênero literário do fantástico, nossa interpretação de “O casamento” será orientada pela perspectiva existencialista de Simone de Beauvoir, com base nas relações entre ficção e realidade, e subjetividade e objetividade, nas quais se apóiam as noções de filosofia e literatura da autora. E ainda, a partir da compreensão da filósofa francesa da existência humana no mundo e da situação da criança em relação ao mundo dos adultos, tentaremos investigar a trajetória da personagem infantil Gabriela, narradora do conto.