Acerca de mentes naturais e digitais, ou de promessas arriscadas
Abstract
A Ciência da Computação diz-nos como criar um meta-interpretador para uma linguagem, escrito na própria linguagem, caso do Lisp e Prolog. A metalinguagem sendo igual à linguagem, faz com que ela goze da capacidade reflexiva de falar sobre seus enunciados e procedimentos. Da mesma forma, a Máquina de Turing básica permite fazer emergir, por bootstrap, a Máquina de Turing Universal. E portanto, permitir modelar qualquer computação máquinal. Como o Uroboros, a cobra que come a sua própria cauda, uma Máquina de Turing pode emergir para outros níveis de existência. Tais capacidades computacionais são boas demais para serem ignoradas pela evolução, tendo promovido pois o surgimento da cognição. Os nossos cérebros, consciente e habilmente, usam e podem ensinar tais capacidades: ou seja, autodepuração, explicação e justificação, antecipação e preferência por futuros, visão contra-factual do passado com conhecimento do presente, actualização moral, detecção e remoção de contradições, argumentação, etc. A nossa tese: a computação, complementada por dados da Psicologia Evolucionária e por estudos sobre o comportamento de animais sencientes, é a ferramenta epistémica objectiva, evolutiva e abstracta, por excelência, para modelar a consciência, incluindo a evolução da moralidade nas populações em geral, empregando a Teoria dos Jogos Evolutivos. Esta abordagem epistémica computacional em direcção a uma teoria especulativa objectiva da consciência parece ser o actual paradigma par excellence.
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