Linguagem e mente: o problema da Inteligência Artificial de um ponto de vista wittgensteiniano

Autori

  • Mirian Donat

Abstract

A ideia de máquinas que possam desenvolver algum tipo de inteligência, assim como a inteligência humana, sempre intrigou a humanidade. Desde a criação dos modernos computadores essa possibilidade parece ser apenas uma questão de tempo e de desenvolvimento científico-tecnológico. Num sentido comum, entende-se que a inteligência artificial será capaz de falar e pensar tal como um humano e também interagir com humanos de tal forma que não seria mais possível distinguir homens e máquinas. A referência clássica dessa possibilidade é o teste de Turing, em que um julgador humano deve questionar independentemente um computador e outro humano. Se ao final do questionamento o julgador não for capaz de dizer qual é o computador e qual é o humano, então a máquina passou no teste e somos levados à conclusão de que, se não é possível diferenciar o comportamento da máquina do comportamento humano, então a máquina deverá ser considerada inteligente. Os atuais dispositivos de conversação, chatbots tais como ChatGPT e outros, trazem em si as questões levantadas pelo teste de Turing. Tais dispositivos devem interagir em conversações com humanos e responder às demandas de forma a simular a linguagem natural humana. A questão que se coloca é se tais máquinas realmente têm uma linguagem tal que não se poderia distinguir entre essa linguagem e a linguagem humana e se por tal característica deveríamos também aceitar que não seria mais possível distinguir homem e máquina. Para a análise desse problema, desenvolvemos o artigo em dois momentos: em primeiro lugar, avaliamos o que significa “ter uma linguagem”, partindo da noção fundamental de Wittgenstein de que toda linguagem se desenvolve e institui a partir de práticas humanas no mundo e, em segundo, analisamos a noção wittgensteiniana de “ser humano”, que apresenta uma crítica radical às concepções tradicionais, em especial o corte realizado entre o “corpo” e a “mente”, afirmando a unidade fundamental do ser humano.

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Pubblicato

2024-12-28

Fascicolo

Sezione

Dossiê temático