Marx e a bolsa de valores: esboço de uma consideração introdutória

Autores

  • Gustavo Ferreira Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.28998/repd.v12i28.12996

Palavras-chave:

Capital Especulativo. Capital Fictício. Marx. Crises. Capitalismo.

Resumo

O presente escrito visa apresentar alguns pontos centrais da tese crítica de Marx acerca do capital especulativo. Apresentando alguns conceitos e explicações introdutórias acerca do capital especulativo desde o seu nascedouro, com ênfase na Bolsa de Valores/Sociedade por ações até o ponto fulcral da crise sob o ponto de vista de considerações marxianas, mostra-se aqui, na sequência, algumas das principais considerações de Marx acerca desse tema e, não obstante, se explicita aqui como o capital especulativo se estrutura através da emancipação da circulação enquanto capital fictício. Vale frisar que o presente escrito apresenta considerações introdutórias à tese marxiana acerca do capital especulativo/Bolsa de valores. O capital fictício, que passa a ter visibilidade a partir do capital especulativo, parece passar a gerir a totalidade do capital no interim do modo de produção capitalista, o mesmo não aparenta estabelecer relação direta com as formas de produção concretas que agregam valor ao capital, fantasmagoricamente sugerindo-se como se adviesse do nada, mesmo sendo algo, e não nada. Demonstra-se aqui que o capital fictício não somente é codependente da produção como, também, o mesmo é móbile de crises e cumpre aquela que é, segundo Marx, talvez a principal tendência do capital, a saber, a centralização da riqueza. Demonstrado isso, conclui-se que a natureza do capital é a crise e que o capital especulativo é um de seus principais móbiles desde a época da elaboração das considerações marxianas até o presente momento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

CHESNAIS, F. (Ed.). La mondialisation financière – gênese, coûts et enjeux. Paris: Syros, 1996.

EPSTEIN, G. A. (Ed.). Financialization and the world economy. Cheltenham, UK: Northhampton; MA, USA: Edward Elgar, 2005.

FOLEY, D. Marx’s theory of money in historical perspective. In: MOSELEY, F. (Ed). Marx‟s theory of money – Modern appraisals. Houndmills, Basingstoke: Hampshire; New York: Palgrave Macmillan, 2005.

GRAHAM, Benjamin. O investidor inteligente. Editora Herper Collins. Trad. de Lourdes Sette. Rio de Janeiro. 2019.

HAGSTROM, Robert. O jeito Warren Buffett de investir. Editora Bendirá. Trad. de Maria Silva Mourão. São Paulo. 2019.

HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX. Editora Companhia das Letras. Trad. de Marcos Santarrita. São Paulo. 1995.

MARX, Karl. Trabalho assalariado e capital. Editora Acadêmica. Trad. de Silvio Chagas. São Paulo. 1987.

________. Grundrisse. Editora Boi e Tempo. Trad. de Mario Duayer e Nélio Schneider. Rio de Janeiro. 2011.

________. O Capital. Livro I. Editora Boi e Tempo. Trad. de Rubens Enderle. São Paulo. 2013.

________. Sobre a questão judaica. Editora Boi e Tempo. Trad. de Nélio Schneider. São Paulo. 2010.

________. Capital. London: Lawrence & Wishart. V. III. 1972.

________. O Capital. Editora Civilização Brasileira. Livro III. V. V. Rio de Janeiro. 1974.

MARX, Karl; ENGELS, Friederich. Manifesto do Partido Comunista. Editora Martin Claret. Trad. de Pietro Nassetti. São Paulo. 2013.

MOLLO, M. L. R. Moeda e taxa de juros em Keynes e Marx: observações sobre a preferência pela liquidez. Estudos Econômicos, Instituto de Pesquisas Econômicas, São Paulo, v. 18, n. 1,1988a.

________. Instabilidade do capitalismo, incerteza e papel das autoridades monetárias: uma leitura de Minsky. Revista de Economia Política, v. 8, n. 1, jan./mar. 1988b.

________. Crédito, capital fictício, fragilidade financeira e crises: discussões teóricas, origens e formas de enfrentamento da crise atual. Presente em: Economia e sociedade. Campinas, V. 20, n. 3(43). Dez. 2011.

NELSON, A. Fictitious capital and real compacts. Radical Notes, 15 Oct. 2008.

PIKETTY, Thomas. O capital no século XXI. Editora Intrínseca. Trad. de Monica Baumgarten Bolle. Rio de Janeiro. 2014.

ZERBATO, M. L’instabilité financière, forme de la crise du capitalisme fianciarisé. In: HUSSON; JOHSUA; TOUSSAINT; ZERBATO. Crises structurelles et financières du capitalisme au 20e. Siècle. Paris: Sillepse, 2001.

Downloads

Publicado

2022-03-16