Identificação de aglomerações ´produtivas no nordeste: controvérsias sobre as políticas públicas para APLS
DOI:
https://doi.org/10.28998/repd.v8i19.3159Abstract
O trabalho tem por objetivo realizar uma análise crítica da classificação dos Sistemas Produtivos Locais (SPLs) existentes na Região Nordeste do Brasil no ano de 2013. Para que esse objetivo fosse alcançado utilizou-se dados da RAIS/MTE 2013 abrangendo 188 microrregiões da Região Nordeste. A partir desses dados, foram calculados os coeficientes locacionais (QL), e os coeficientes de gini locacionais (GL) por classe de indústria. Após, foram realizadas mais duas etapas, a primeira foi a aplicação do critério de não-conformidade e a segunda foi o agrupamento das classes de atividades correlatas que encontram na mesma microrregião. O estudo conclui que nos estados de Sergipe, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas a quantidade de aglomerados identificados pelo método científico é menor do que aqueles que fazem parte do Programa estadual de APLs (PAPL). Já os estados do Ceará, Bahia e Pernambuco dispõem de uma quantidade maior de aglomerados identificados pelo método cientifico do que os APLs apoiados pelo governo. O estado do Maranhão possui a mesma quantidade de aglomerados detectados e de APLs. Além disso, existe uma quantidade muito pequena de correspondência entre os aglomerados identificados pela pesquisa e aqueles apoiados pelos estados da região Nordeste. Isso se deve ao fato de que grande parte dos APLs do programa não tem grande relevância econômica em relação ao Nordeste em termos do número de empregos nesses setores e número de estabelecimentos.
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