Inovações e ciclos em Minsky e Schumpeter: uma possível aproximação.
DOI:
https://doi.org/10.28998/repd.v4i11.773Abstract
A atual crise econômica mundial tem posto em cheque a capacidade elucidativa de muitas abordagens teóricas econômicas, em especial as caracterizadas pela tendência ao equilíbrio e a superficialidade no tratamento da moeda no sistema capitalista. A crise econômica internacional, ainda em curso, tem recebido interpretações diversas; basicamente o mainstream aponta para equívocos de política, ao passo que as heterodoxas atribuem-na à insuficiência de regulação. Para além dessas interpretações, contudo, os elementos marcantes desse processo – desde a formação da bolha do subprime à crise − foram as inovações financeiras. Deste modo, amplia-se a percepção da inovação como um elemento importante na formação dos ciclos econômicos. Com o intuito de explorar melhor a relação entre as teorias que tratam a inovação como principal propulsor dos ciclos econômicos, propomos uma possível aproximação entre a teoria dos ciclos econômicos de Schumpeter e a desenvolvida por Minsky a partir de sua hipótese da instabilidade financeira. Concluímos que é possível estabelecer uma aproximação entre as teorias de Schumpeter e Minsky, mesmo à despeito das diferenças conceituais e metodológicas, pois as duas abordagens possuem congruências importantes entre si. Do ponto de vista prático o estudo ressaltou a inovação − financeira ou não − como o principal determinante dos ciclos econômicos, constatação que guarda afinidade com a realidade econômica. Do ponto de vista teórico, o exercício propiciou a discussão e investigação dos componentes determinantes dos ciclos econômicos dos dois autores, revelando que metodologias distintas podem sim produzir approaches interessantes entre si, contribuindo para uma melhor compreensão dos ciclos econômicos em economias complexas.