MODELOS DE SOBREVIVÊNCIA PARA AVALIAÇÃO DE INTOXICAÇÃO POR REPELENTES A BASE DE NEEM EM Trigona spinipes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.28998/rca.v17i1.5183

Resumo

A abelha irapuá (Trigona spinipes) é uma espécie de abelha sem ferrão polinizadora de várias espécies vegetais, mas que também tem causado danos a algumas culturas tais como a flor copo-de-leite (Zantedeschia aethiopica). Isto porque, as abelhas ao coletarem o pólen ou resinas nesta espécie, danificam suas inflorescências, deixando-as inviáveis para comercialização. Para evitar este dano uma alternativa é aplicar um repelente natural que não ocasione mortalidade às abelhas, tanto pelo contato direto durante a aplicação do produto por pulverização, quanto por ingestão ao coletar o pólen. Objetivou-se ajustar modelos para avaliação da sobrevivência de abelhas T. spinipes, submetidas a bioensaios de intoxicação utilizando diferentes produtos químicos contendo o repelente natural Neem (Azadirachta indica). Foram distribuídas 400 abelhas em gaiolas com grupos de 10 abelhas cada, sendo considerado um delineamento inteiramente casualizado em ensaio fatorial 2x4, considerando duas vias de intoxicação utilizando três produtos químicos como repelentes e uma testemunha, com cinco repetições cada. Para construção das curvas de sobrevivência foi avaliado o número de abelhas mortas a cada 12 horas considerado como covariáveis a via de intoxicação e o produto químico repelente. Comparou-se os resultados por análise não paramétrica utilizando estimador limite-produto modificado (Turnbull), pelo ajuste por modelo paramétrico de Weibull e pela técnica semiparamétrica de modelos proporcionais de Cox. O melhor ajuste foi obtido pelo modelo semiparamétrico, com valores bem próximos aos obtidos pela estimativa de Turnbull. Não se obteve diferença significativa entre os produtos químicos avaliados ao nível de 5% de significância. No entanto, conclui-se que a via de intoxicação das abelhas, ou seja, a forma de aplicação do repelente é o fator de maior significância, sendo aguda por contato a via de intoxicação que causa maior mortalidade. Assim, recomenda-se que o horário de aplicação do produto seja diferente do horário de forrageamento da T. spinipes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Deodoro Magno Brighenti, UFSJ

Professor de apicultura e meliponicultura

Referências

Archer, C. R.; Pirk, C. W.; Wright, G. A.; Nicolson, S. W. Nutrition affects survival in African honeybees exposed to interacting stressors. Functional ecology. 2014, 28, 913-923.

Barbosa, W. F.; De Meyer, L.; Guedes, R. N. C.; Smagghe, G. Lethal and sublethal effects of azadirachtin on the bumblebee Bombus terrestris (Hymenoptera:Apidae). Ecotoxicology. 2015, 24, 1, 130-142.

Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Página 4 da Seção 1 do Diário Oficial da União (DOU) de 14 de Novembro de 2005. URL(https://www.jusbrasil.com.br/diarios/858452/pg-4-secao-1-diario-oficial-da-uniao-dou-de-14-11-2005) (18, jun. 2018)

Brighenti, D. M.; Brighenti, C. R. G.; Carvalho, C. F. Life spans of Africanized honey bees fed sucrose diets enhanced with citric acid or lemon juice. Journal of Apicultural Research. 2017, 56, 2, 91-99.

Carvalho, L. M.; Bueno, V. H. P.; Almeida, E. F. A.. Pragas do copo-de-leite: identificação e danos. Revista Plasticultura. 2009, 4, 17, 26-28.

Chiaradia, L. A; Croce, D. D.; Milanez, J. M.; Morgan, C. Dano e controle da abelha-'irapuá' em eucalipto. Agropecuária Catarinense. 2003, 16, 1,60-62.

Coelho, L. R.; Leonel, S.; Crocomo, W. B.; Labinas, A. M. Controle de pragas do pessegueiro através do ensacamento dos frutos. Ciência e Agrotecnologia, 2008, 32, 1743-1747.

Giolo, S. R.; Colosimo, E. A. Análise de sobrevivência aplicada. Edgard Blucher, 2006. 392 p.

Luciano, L. R.; Leonel, S.; Crocomo, B. C.; Labinas, A. M. Controle de pragas do pessegueiro através do ensacamento dos frutos. Ciência e Agrotecnologia. 2008, 32, 1743-1747.

Lin, D. Y. Cox regression analysis of multivariate failure time data: the marginal approach. Statistics in medicine. 1994, 13, 21, 2233-2247.

Maia, M. A.; Eduardo Y. N. Análise do tempo até a re-hospitalização de pacientes com esquizofrenia via modelo de riscos proporcionais de Cox. Semina: Ciências Exatas e Tecnológicas . 2016, 37, 2, 51-58.

Moura, R.; Souza, K; Souza, D.; Santana, G.; Oliveira, G.; Venturoli, F.; Silva-Neto, C. Dano em Khaya ivorensis provocado por Trigona spinipes na savana brasileira. Acta Brasiliensis. 2017, 1, 1, 40-42.

Moncharmont, F. X. D.; Decourtye, A.; Hennequet-Hantier, C.; Pons, O.; Pham-Delègue, M. H. Statistical analysis of honeybee survival after chronic exposure to insecticides. Environmental Toxicology and Chemistry. 2003, 22, 12, 3088-3094.

Pinheiro, J. N.; Freitas, B. M. Efeitos letais dos pesticidas agrícolas sobre polinizadores e perspectivas de manejo para os agroecossistemas brasileiros. Oecologia Australis. 2010, 14, 1, 266-281.

Pirk, C. W.; De Miranda, J. R.; Kramer, M.; Murray, T. E.; Nazzi, F., Shutler, D.; ... Van Dooremalen, C. Statistical guidelines for Apis mellifera research. Journal of Apicultural Research. 2013, , 52, 4, 1-24.

Previero, C. A.; Junior, B. C. L.; Florêncio, L. K.; Santos, D. L. Receita de plantas com propriedades inseticidas no controle de pragas. CEULP/ULBRA, Palmas, Brazil, 2010. URL(http://www.cnpq.br/documents/10157/922e31c5-6089-490e-b080-95843d86b2b9) (18, jun. 2018)

R Core Team. A language and environment for statistical computing. R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. 2018. URL(https://www.r-project.org) (19, jun. 2018)

Rossi, C. A.; Roat, T. C.; Tavares, D.A; Cintra-Socolowski, P.; Malaspina, O. Effects of sublethal doses of imidacloprid in malpighian tubules of Africanized Apis mellifera (Hymenoptera, Apidae). Microscopy Research and Technique. 2013, 76, 552–558.

Sanches, A. L.; Slaa, E. J.; Sandi, M.; Salazar, W.; Benedek, P.; Richards, K. W. Use of stingless bees for commercial pollination in enclosures: a promise for the future. Acta Horticulture. 2001, 561, 219-223.

Santos, E. P.; Júnior, C. M. R. S.; Santos, E. M. S.; Santos, H. O.; Costa, K. C. Atuação carrapaticida do neem e manejo consorciado de pastagem no controle do carrapato: revisão sistemática de literatura. Caderno de Ciências Agrárias. 2017, 9, 2, 79-91.

Simões, C.M.O.; Schenkel, E.P.; Gosmann, G.; Mello, J.C.P.; Mentz, L.A.; Petrovick, P.R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5 ed. Porto Alegre, RS: Ed. da UFSC, 2004.

Zucchi, R. A., Silveira Neto, S., & Nakano, O. Guia de identificação de pragas agrícolas. Piracicaba: Fealq, 1993.

Downloads

Publicado

2019-07-25

Edição

Seção

Proteção de Plantas