PROPAGAÇÃO POR ESTAQUIA SEMILENHOSA DE Inga fagifolia (L.) Willd. Ex Benth. (INGÁ) COM USO DE FITOREGULADOR
DOI:
https://doi.org/10.28998/rca.v10i1.729Resumo
O Ingá [Inga fagifolia (L.) Willd. Ex Benth.] é uma árvore nativa da Mata Atlântica. Tem sido usado na restauração da mata ciliar. O presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos dos fitoreguladores ácido indolbutírico (AIB) ou ácido naftalenoacético (ANA) e do inibidor da ação do etileno tiossulfato de prata (STS) sobre o enraizamento de estacas de ingá. Foram montados três experimentos em delineamento fatorial. No primeiro foram utilizadas três concentrações de STS (0; 0,5; e 2,0 mM) e quatro de concentrações AIB (0; 12,50; 25 e 50 mM). No segundo a fonte de auxina foi trocada por ANA. Ambos feitos na época úmida. O terceiro experimento foi igual ao primeiro somente feito na época seca. Após tratadas, as estacas foram transferidas para uma câmara úmida, com 120 dias, foram avaliadas as porcentagens de estacas sobreviventes, formação de calo, enraizamento, número de raízes por estaca, comprimento de raízes e retenção foliar. Os resultados mostraram que o ácido indolbutírico (AIB) em todas as doses testadas inibiu o enraizamento. O ácido naftalenoacético (ANA) até a concentração de 50mM não teve efeito sobre o enraizamento. Doses acima de 0,5 mM de STS na ausência de auxina foram mais eficientes no enraizamento de estacas, talvez por aumentar a retenção foliar, o qual deve ser considerado como base para novos estudos envolvendo propagação por estaquia. A época mais favorável, para a estaquia correspondeu ao mês de maio (época chuvosa).Downloads
Referências
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