RACISMO ESTRUTURAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL: EXPERIÊNCIA EM UMA CRECHE NO MUNICÍPIO DE PAULO AFONSO-BA
Resumen
Este artigo reflete sobre a formação da identidade da criança pequena, em especial a negra, em uma Creche do Município de Paulo Afonso-BA, partindo do pressuposto que o Brasil é um país fortemente marcado pelo histórico da escravidão, constituindo-se numa sociedade pluriétnica. Com efeito, considerando a creche como um espaço por excelência de produção e reprodução de conhecimento e de práticas sociais, o trabalho procura compreender o processo de formação das identidades étnicas das crianças, em especial a negra, num contexto do racismo estrutural da sociedade brasileira, no qual a creche não é imune. A pesquisa abordou a relação entre as crianças de diferentes etnias, identificando os traços diacríticos, os marcadores da diferença, tanto das professores assim como entre as crianças, ancorados sobretudo no método da observação direta, da entrevista e de diálogos informais, contrastando com a compreensão das professoras sobre a consciência multiétnica e o racismo estrutural, observando a atuação ou não da instituição, no reconhecimento de diferenças identitárias, em busca de uma educação antirracista. Igualmente, sugere-se uma tomada de atitude de responsabilidade do Estado e da sociedade civil para uma educação antirracista.
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