DAS ELITES E DA ÉTICA: A QUEM INTERESSA OS ESTUDOS DE PATRIMÔNIO CULTURAL? REFLEXÕES A PARTIR DA ETNOGRAFIA DO PATRIMÔNIO EM RUANDA.
Résumé
Trabalhos recentes no campo do patrimônio, especialmente aqueles relacionados à ética do conhecimento, promoveram um foco no que é chamado de grupos “comuns”, “locais”, “populares” e “comunitários”. Embora seja um corretivo necessário para histórias de pesquisas extrativistas, de cima para baixo, esse foco produziu um relativo desinteresse (ou até mesmo aversão) em examinar as elites do patrimônio e suas burocracias, como às relacionadas ao Estado. Desse modo, esse ensaio utiliza uma etnográfica do patrimônio do Estado em Ruanda, para criticar a linguagem e as prioridades éticas dos estudos patrimoniais em relação aos diferentes grupos sociais. Aqui o argumento segue pela importância, ambos na ética e na prática, que o mesmo nível de atenção seja dado à todas as partes interessadas tidas como "comuns" e aos atores de elite.