DO COLONIALISMO PORTUGUÊS AOS GRILEIROS LOCAIS: A LUTA DO POVO PIPIPÃ PELA DEMARCAÇÃO DO TERRITÓRIO
Abstract
Neste artigo propomos historicizar as perseguições que culminaram na perda do território sagrado do povo Pipipã, da violência dos colonizadores que usurpavam as terras indígenas para a criação de gado, da resistência que os levou à condição de bárbaros, aos aldeamentos que provocavam deslocamentos forçados dos territórios (DANTAS, 2015; (GONSALVES, 2019). Além da contribuição de historiadores locais que pesquisam a genealogia do município de Floresta, no Sertão de Pernambuco, sede do povo Pipipã. As discussões são ancoradas em conceitos como etnogênese (BARTOLOMÉ, 2006) e interculturalidade crítica (WALSH, 2012) sobre igualdade de direitos territoriais e culturais negados. Neste contexto, a construção um currículo intercultural, voltado para a educação escolar dos povos indígenas surge como uma ferramenta epistêmica neste processo de luta pela demarcação do território, tomado violentamente pelos colonizadores e mais recentemente pelos fazendeiros locais, ou grileiros.Downloads
Riferimenti bibliografici
ARCANJO, Joselito. 2003. TORÉ E IDENTIDADE ÉTNICA: OS PIPIPÃ DE KAMBIXURU (Índios da Serra Negra), Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, programa de Pós-Graduação em Antopologia,
ARRUTI, José Maurício. 1996. O Reencantamento do Mundo. Trama histórica e Arranjos Territoriais Pankararu. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Antropologia Soial - PPGAS do Museu Nacional, Rio de Janeiro.
APPLE, Michael W. 1989. Educação e poder. Trad. de Maria Cristina Monteiro. Porto Alegre: Artes Médicas.
BARBALHO, Nelson. 1982. v. 6. Cronologia Pernambucana: subsídios para a história do Agreste e Sertão. Centro de Estudos de História Municipal, Fundação de Desenvolvimento Municipal do Interior de Pernambuco, Recife.
BARBOSA, Wallace de Deus. 2001. O “deslindamento” Kambiwá e a etnogênese Pipipã: dilemas culturais e disputas políticas na criação da ´nova aldeia´ do Travessão do Ouro. ANPOCS-2003. In: tese A Pedra do Encanto: dilemas culturais e disputas políticas entre os Kambiwá e os Pipipã. Rio de Janeiro: PPGAS-MN-UFRJ,
BARTOLOMÉ, Miguel Alberto. 2006. As etnogêneses: velhos atores e novos papéis no cenário cultural e político. Mana, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 39-68, Abril. Disponível em: http://www.sorocaba.unesp.br/Home/Biblioteca/guia-abnt_site.pdf
BATALHA, Valmir dos Santos. 2016. Os Povos Pipipã e a Luta pelo Reconhecimento. Trabalho apresentado na 30ª Reunião Brasileira de Antropologia, João Pessoa/PB, (PUC-SP).
CALMON, Pedro. 1958. s.l.: História da Casa da Torre: uma dinastia de pioneiros. Livraria José Olympio Editora.
CAMARGO, Carla de Souza. 2017. A água e seus fluxos: conflitos territoriais e povos indígenas na transposição do Rio São Francisco. (Tese de doutorado). Unicamp. Campinas-SP.
COSTA, Francisco Pereira de. 1983, Volume VII. 2 ed. Anais Pernambucanos 1795 - 1817. Arquivo Público Estadual, FUNDARPE, Recife.
DANTAS, Mariana Albuquerque. 2018. Dimensões da participação política indígena: Estado nacional e revoltas (Pernambuco e Alagoas, 1817-1848). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional.
EMIRI, Loretta, MONSERRAT, Ruth (Orgs.). 1989. A conquista da escrita: encontros de educação indígena. São Paulo: Iluminuras: Operação Anchieta.
FERRAZ, Álvaro. 1957. 143p.il. Cadernos de Pernambuco; 8. Floresta/Recife: Sec. Educação e Cultura.
FUNAI - Fundação Nacional do Índio. 2005 e 2008. Resumo do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Pipipã (PE). Ports. Nº 802 e Nº 1177. Diário Oficial da União (DOU), Página 31 da Seção 1, de 25 de Abril de 2017. Disponível em ttps://www.jusbrasil.com.br/diarios/144212158/dou-secao-1-25-04-2017-pg-31.
FRESCAROLO, Frei Vital de. 1883. Informações sobre índios bárbaros dos certões de Pernambuco. In: Revista do Instituo Histórico e Geográfico Brasileiro XLVI. Rio de Janeiro, n. 46. Disponível em: www.ihgb.org.br/rihgb.php?s=p>
GOMINHO, Leonardo Ferraz. 1996. Vol. 1. Floresta: uma Terra, um Povo. Governo do Estado de Pernambuco, Fundação de Desenvolvimento Municipal do Interior de Pernambuco/Prefeitura Municipal de Floresta, Centro de Estudos de História Municipal. FIAM/Recife.
GONÇALVES, Glaciene Mary da Silva. 2019. A Territorialidade Indígena Pipipã vulnerabilizada na Transposição do Rio são Francisco e as Relações com a Saúde em Floresta/PE. Doutorado em Saúde Pública, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZ. Recife.
LEMOS, Girleide Tôrres. 2013. Os Saberes dos povos campesinos tratados nas práticas curriculares de escolas localizadas no território rural de Caruaru- PE. 2013. Dissertação (Mestrado em Educação) - Centro de Educação, UFPE, Recife.
MONTEIRO, John M. 2001. "Entre o etnocíáio e a etnogênese: identidades indígenas coloniais". Ia: - Tupis, tapuias e historiadores-, estados de História Indígena e.do Indigenista. Tese de Livre-docência em Etnologia, Departamento de Antropologia da Unicamp. Campinas. P. 53-78.
_________. 1994. NEGROS DA TERRA: Índios e Bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo, Companhia das Letras.
NIMUENDAJU, Curt. 1944. Mapa Etno-histórico do Brasil e regiões adjacentes. Museu Nacional, Belém. Disponível em: http://www.etnolinguistica.org/biblio:nimuendaju-1944-mapa
OLIVEIRA, João Pacheco de. (Org.). 2004. A viagem de volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. 2ª ed. Rio de Janeiro, Contra Capa.
PANG, Eul-Soo. 1979. 269 pág. Coronelismo e Oligarquias, 1889-1934; Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
PERICÁS, Luiz Bernardo. 2010. 318 pag. OS CANGACEIROS: ensaio de interpretação histórica. São Paulo, Boitempo,
REANI, Alberto. 2017. O batismo das crianças celebrado no “Aricuri” no caminho de afirmação Pipipã (Floresta – PE): Um estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Teologia). Universidade Católica de Pernambuco – Unicap. Recife.
PERNAMBUCO. 2013. SEDUC – Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco. Projeto Político Pedagógico do Povo Pipipã.
PERNAMBUCO. 25 de abril de 2005. Decreto nº 27.854. Regimento Escolar Unificado – Escolas Estaduais Indígenas Pipipã. DOU 26/04/2005.
____________. 12 de agosto de 2002. Decreto nº 24.628 sobre a estadualização do ensino indígena, no âmbito da educação básica, no sistema de ensino do Estado de Pernambuco.
____________. 25 de abril de 2005. Decreto 27.854, GRE do Sertão do Sub médio São Francisco – Secretaria de Educação e Esportes do estado de Pernambuco. DEO 26.04.2005.
PERRONE-MOISÉS, Beatriz. 1992. "índios livres e índios escravos: os princípios da legislação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVIII)". In: Cunha, Manuela Carneiro da (org.). História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras/FAPESP.
PIRES, Maria Idalina da Cruz. 2004. Resistência indígena nos sertões nordestinos no pós-conquista territorial: legislação, conflito e negociação nas vilas pombalinas. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. CFCH. História, Recife.
PRIESTLEY, M.; BIESTA, G.J.J.; Robinson, S. 2015. p. 1-11. Teacher agency: what is it and why does it matter? In: KNEYBER, R.; EVERS, J. (eds.), Flip the System: Changing Education from the Bottom Up. London: Routledge.
SANTOS JÚNIOR, Carlos Fernando dos. 2015. Os índios nos vales do Pajeú e São Francisco: historiografia, legislação, política indigenista e os povos indígenas no Sertão de Pernambuco (1801-1845). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós Graduação em História, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
SODRÉ, Nelson Werneck. 1981. A Coluna Prestes. São Paulo, Círculo do Livro.
WALSH, Catherine. Jan./dez. 2012. v. 15, n. 1-2. Interculturalidad y (de)colonialidad: Perspectivas críticas y políticas. Santa Catarina: Visão Global.