O rap indígena como guerra e como cultura: desentendimentos entre jovens e antigos acerca do ñandereko

Autores

  • Rodrigo Amaro de Carvalho UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DOI:

https://doi.org/10.28998/rm.2021.n.10.11836

Palavras-chave:

kaiowá, jovem, antigo, ñandereko, violência.

Resumo

O presente artigo visa apresentar parte dos dados da minha tese (CARVALHO, 2018), que teve como tema de pesquisa os grupos de rap indígena da reserva de Dourados/MS. Apresentarei alguns dados relativos a uma série de transformações que constatei, especificamente no que diz respeito às formas como uma parcela de jovens da reserva, que compreende uma categoria nativa Kaiowá importante, qual seja, a categoria ñandereko. Para tanto, elencarei uma série de dados de pesquisa relativos ao meu contato aos grupos de rap, mas também das minhas investigações etnográficas nas escolas. Em suma, abordarei as transformações de uma categoria guarani importante, qual seja, o ñandereko. Assim, para os “jovens, sobretudo aqueles que têm envolvimento com o rap, o ñandereko tem a ver com o cotidiano atual de dificuldades, violências e privações vividas na reserva, aproximando estes significados, tão valorizados no meio do hip hop, com sua cultura.

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Biografia do Autor

Rodrigo Amaro de Carvalho, UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Doutor em Antropologia Social 

Professor Adjunto do Departamento de Artes Plásticas - UEMG - Campus Belo Horizonte 

Etnologia Indígena, Antropologia Urbana, Juventude 

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Publicado

2021-11-10

Edição

Seção

Antropologia da Juventude