Mulatas, caboclas e escravizadas: modas de mulher na cidade de Belém (1870-1912)
DOI:
https://doi.org/10.28998/rchv11n22.2020.0018Abstract
O presente artigo discute a moda – vestimentas e adornos – das mulheres pertencentes às camadas populares na Belém da Belle Époque (1870-1912) a partir das representações iniciais de David O. Widhopff e João Affonso, denominada de A Mulata Paraense. A investigação também se dá por meio de análise de relatos de viajantes, fotografias e representações de obras pictóricas, tanto as que antecedem como as que sucedem o recorte temporal do objeto de estudo, tendo em vista que tais registros revelam especificidades acerca dos modos de vestir e de adornar dessas mulheres. Através dessas fontes, permitiu-se entender que estas mulheres elegeram a moda como linguagem de expressão de suas crenças, gostos e costumes, configurando em uma representação emblemática, a qual ainda está presente no imaginário da população local.
Palavras-chave: Mulata Paraense. Vestimentas. Adornos.
Downloads
References
AFFONSO, João. Três séculos de modas. 2ª ed. Belém: Conselho Estadual de Cultura, 1976.
BOURDIEU, Pierre. O Poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
CANCLINI, Nestor Garcia. Culturas Híbridas. São Paulo: EDUSP, 2006.
CASCUDO, Luís da Câmara. Antologia da Alimentação no Brasil. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos, 1977.
DAOU, Ana Maria. A Belle Époque Amazônica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.
EDWARDS, William Henry. A voyage up the river amazon including a residence at Pará. London: John Murray, 1847.
FREYRE, Gilberto. Modos de homem e modas de mulher. Rio de Janeiro: Global, 2009.
GOLA, Eliana. A jóia: história e design. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.
KOUTSOUKOS, Sandra Sofia Machado. Negros no estúdio do fotógrafo. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2010.
LODY, Raul. Jóias de Axé: fios de contas e outros adornos do corpo; a joalheria afro-brasileira. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
PAIVA, Eduardo França. Escravidão e universo cultural na colônia: Minas Gerais, 1716-1789. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001.
SALLES, Vicente. O negro na formação da sociedade paraense. Belém: Paka-Tatu, 2004.
SARGES, Maria de Nazaré. Belém: riquezas produzindo a Belle-Époque (1870-1912). Belém: Paka-Tatu, 2002.
SILVA, Caroline Fernandes. O moderno em aberto: o mundo das artes em Belém do Pará e a pintura de Antonieta Santos Feio. Belém: IAP, 2013.
SOUZA, Gilda de Melo e. O espírito das roupas: a moda no século dezenove. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
WALLACE, Alfred Russel. Viagens pelo Amazonas e Rio Negro. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2004.
WARREN, John Esaias. Scenes and Adventures on the Banks of the Amazon. New York: G. P. PUTNAM, 1851.
Capítulos:
CUCHE, Denys. Cultura e Identidade. In: _______. A noção de cultura nas ciências sociais. São Paulo: EDUSC. 2002.
Revistas acadêmicas:
FIGUEIREDO, Aldrin Moura de. Vestir a História: Pintura, moda e identidade nacional da Amazônia, c. 1916-1923. Histórica – Revista Eletrônica do Arquivo Público do Estado de São Paulo, n.53, 2012.
HAGE, Fernando. João Affonso: O homem que escreveu o primeiro livro de história da moda no Brasil. Anais do 6º Colóquio de Moda. 2010.
_______. Olhares e imagens da mulher paraense atravessando a cidade entre os séculos XIX e XX. Anais do 8º Colóquio de Moda. 2012.
PAES, Francisco Augusto Lima. Vestígios do sagrado: a obra de arte como possibilidade de mediação entre religião e cultura na pintura de Antonieta Santos Feio. Revista Eletrônica Correlatio, v.6, n.2, 2016.
PEREIRA, Rosa Cláudia Cerqueira; SARGES, Maria de Nazaré. Photografia Fidanza: um foco sobre Belém (XIX/XX). Revista Estudos Amazônicos, Belém, v.VI, n.2, 2011.
ROBERT, Pascale de; VELTHEM, Lucia Van. A hora do tacacá: consumo e valorização de alimentos tradicionais amazônicos em um centro urbano (Belém – Pará). Anthropology of food, [on-line], dez.2009.
SCOTT, Joan. Gênero, uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v.20, n.2,1995.
TEIXEIRA, Amanda Gatinho. Poder, Simbolismo, Religiosidade e Misticismo: Um estudo da joia balangandã. Tucunduba, Belém, n.2, 2011.
_______, Joalheria de Crioulas: Subversão e Poder no Brasil Colonial. Antíteses, Londrina, v.10, n.20, 2017.
Dissertações:
PEREIRA, Rosa Cláudia Cerqueira. Paisagens urbanas: fotografias e modernidades na cidade de Belém (1846-1908). Mestrado em História, Universidade Federal do Pará. Belém, 2006.
SILVA, Caroline Fernandes. O moderno em aberto: o mundo das artes em Belém do Pará e a pintura de Antonieta Santos Feio. Mestrado em História, Universidade Federal Fluminense.
Niterói, 2009.
CANCELA, Cristina Donza. Adoráveis e dissimuladas: as relações amorosas das mulheres das camadas populares na Belém do final do século XIX e início do XX. Mestrado em Antropologia, Universidade Estatual de Campinas. Campinas, 1997.
Tese:
FACTUM, Ana. Beatriz Simon. Joalheria escrava baiana: a construção histórica do design de jóias brasileiro. Doutorado em Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009.
SILVA, Camila Ferreira Santos. “Ser elegante”: Mulher, moda, corpo e sociabilidade em São Luís/MA (1890-1920). Doutorado em História, Universidade Federal do Pará. Belém, 2016.
FARIA, Sheila Siqueira de Castro. Sinhás pretas, damas mercadoras: As pretas minas nas cidades do Rio de Janeiro e de São João Del Rey (1700-1850). Tese para professor titular do departamento de História. Niterói, 2004.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2020 Amanda Gatinho TeixeiraEste trabalho está licenciado sob uma licença
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.0/br/
Os autores detém os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.