Inquisição e status social: processos de habilitação de Familiares do Santo Ofício que não se enquadravam às normas (Rio de Janeiro, segunda metade do século XVIII)
DOI:
https://doi.org/10.28998/rchvl7n14.2016.0002Abstract
O presente trabalho tem como objetivo examinar a obtenção da carta de Familiar do Santo Ofício por indivíduos que não se enquadravam às normas. Temos como enfoque casos em que os habilitandos já tinham laços de parentesco com outros Familiares e conseguiram a patente apesar de apresentarem impedimentos, como o de Francisco Rodrigues da Cunha que havia se declarado excomungado em Minas Gerais e andava em concubinato com uma negra; Diogo Luís Moreira (1771), negociante, solteiro, com suspeição de cristão-novo descartada, mas fundamentada a de mulato; e de Francisco José Estrela (1773) que dizia ser homem de negócios, mas não era verdade, não tinha cabedal e “... não vive limpa e abastadamente...” segundo uma das testemunhas inquiridas em seu processo.Downloads
References
BICALHO, Maria Fernanda. A Cidade e o Império: o Rio de Janeiro no século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
BONFIM, Daniela Pereira. “Não possui fama nem rumor em contrário”: Limpeza de sangue e Familiares do Santo Ofício (Bahia – 1681-1750). Dissertação de mestrado em História. Niterói: UFF, 2014.
CALAINHO, Daniela. Agentes da Fé. Bauru: Edusc, 2006.
CRUZ, Roberta Cristina da Silva. Inquisição Ilustrada: Afrouxamento dos padrões na concessão de Familiaturas do Rio de Janeiro Setecentista. Dissertação de mestrado em História Social. Rio de Janeiro: UFRJ, 2015.
DUTRA, Francis A. Ser mulato em Portugal nos primórdios da época moderna. In: Tempo. Niterói, 30: 101-114, 2011. Disponível em: http://www.historia.uff.br/tempo/site/wpcontent/uploads/2011/04/v15n30a05.pdf. Acesso em: 20 mar 2016.
FEITLER, Bruno. Nas Malhas da Conciência: Igreja e Inquisição no Brasil. São Paulo: Alameda: Phoebus, 2007.
FIGUEIRÔA-RÊGO, João de; OLIVAL, Fernanda. Cor da pele, distinções e cargos: Portugal e espaços atlânticos portugueses (séculos XVI a XVIII).In: Tempo, v. 30. Disponível em: http://www.historia.uff.br/tempo/site/wpcontent/uploads/2011/04/v15n30a06.pdf. Acesso em: 25 mar 2015.
GORESTEIN, Lina. Heréticos e Impuros. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, Divisão de Editoração, 1995.
GORESTEIN, Lina. A inquisição contra as mulheres: Rio de Janeiro, séculos XVII e XVIII. São Paulo: Associação Editorial Humanitas: Fapesp, 2005.
JOHNSON, M. H. Money and prices in Rio de Janeiro.L’histoire quantitative du Brésil. Paris: CNRS, 1973, p. 44 apud VENANCIO, Renato Pinto. Pobreza Carioca: uma sondagem nos registros de óbitos de fins do século XVIII. Comunicação apresentada no 2° Encontro de Historia Quantitativa e Serial, Belo Horizonte, 2001, p. 3. Disponível em:
http://historia_demografica.tripod.com/bhds/bhd27/rpv.pdf . Acesso: 28 fev 2014.
MARCOCCI, Giuseppe; PAIVA, José Pedro. História da Inquisição Portuguesa (1536-1821). Lisboa: Esfera dos Livros, 2013.
PALOMO, Federico. A Contra-Reforma em Portugal (1540-1700). Lisboa: Livros Horizonte, 2006.
PEDREIRA, Jorge Miguel. Tratos e contratos: actividades, interesses e orientações dos investimentos dos negociantes da praça de Lisboa (1755-1822). In: Análise Social, vol. xxxi (136-137), 1996, p.355-379.
RAMINELLI, Ronald. Impedimentos da cor mulatos no Brasil e em Portugal c. 1640-1750.Varia história. [online]. 2012, vol.28, n.48, pp. 699-723. ISSN 0104-8775.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-87752012000200011. Acesso em: 20 mar 2016.
RODRIGUES, Aldair Carlos. Sociedade e Inquisição em Minas Colonial: Os Familiares do Santo Ofício (1711-1808). Dissertação de mestrado. São Paulo: FFLCH. USP, 2007. p. 180-181
RODRIGUES, Aldair Carlos. Poder Eclesiástico e Inquisição no Século XVIII Luso-Brasileiro: Agentes, Carreiras e Mecanismos de Promoção Social. Tese de Doutoramento em História. São Paulo: USP, 2012.
RUSSELL-WOOD, J. "Centro e periferia no mundo luso-brasileiro, 1500-1808". Revista Brasileira de História, vol. 18, n° 36, 1998, pp. 187-249. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01881998000200010>. Acesso em: 10 out 2014.
TORRES, José Veiga. “Da repressão à promoção social: A Inquisição como instância legitimadora da promoção social da burguesia mercantil”. Revista Crítica de Ciências Sociais, nº 40, outubro de 1994.
SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de. Família e negócios: a formação da comunidade mercantil carioca na primeira metade do setecentos. In: FRAGOSO, João Luís Ribeiro; ALMEIDA. Carla Maria Carvalho de; SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá de (Org.). Conquistadores e Negociantes: Histórias de elites no Antigo Regime nos trópicos. América
lusa, séculos XVI a XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
SCHWARTZ, Stuart. Cada um na sua lei: Tolerância religiosa e salvação no mundo atlântico ibérico. São Paulo: Companhia das Letras; Bauru: Edusc, 2009.
VAINFAS, Ronaldo. Trópico dos Pecados: Moral, sexualidade e Inquisição no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
WADSWORTH, James. Os familiares do número e o problema dos privilégios. In: VAINFAS, Ronaldo; FEITLER, Bruno; LAGE, Lana (Orgs.). Inquisição em Xeque: Rio de Janeiro: EdUERJ, 2006.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Este trabalho está licenciado sob uma licença
https://creativecommons.org/licenses/by-nc/2.0/br/
Os autores detém os direitos autorais sem restrições, devendo informar a publicação inicial nesta revista, em caso de nova publicação de algum trabalho.