Em Nome da Segurança Nacional: Os Escritores na Mira da Polícia

Autores/as

  • Ana Paula Palamartchuk Universidade Federal de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.28998/rchvl2n03.2011.0002

Resumen

A existência de uma literatura “perigosa” é, em parte, criação da polícia política nos anos trinta. As trajetórias de Jorge Amado, Caio Prado Júnior e Dionélio Machado dimensionam aqui as relações entre política e literatura no processo de estruturação dos órgãos estatais de repressão e censura. A triangulação que se estabelece entre o escritor, sua produção intelectual e o seu posicionamento político tem a ver com a aquisição de um certo poder simbólico capaz de impor alguns limites às arbitrariedades da polícia política. Ao mesmo tempo em que essa  mesma literatura passa a ser visada pela polícia como "perigosa", as relações sociais possíveis de serem estabelecidas pelos escritores, não num suposto mundo intelectual, mas sim nas experiências compartilhadas nas atividades político-literárias, possibilitam entender o processo de criação desta suposta "literatura comunista" e a sua criminalização. 

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Biografía del autor/a

Ana Paula Palamartchuk, Universidade Federal de Alagoas

História Contemporânea

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Publicado

2016-12-06

Cómo citar

Palamartchuk, A. P. (2016). Em Nome da Segurança Nacional: Os Escritores na Mira da Polícia. Revista Crítica Histórica, 2(3). https://doi.org/10.28998/rchvl2n03.2011.0002